Vendas de ração para "pets" deve crescer 7%

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Impulsionados pelo ganho de poder aquisitivo da população, vários setores da indústria de bens de consumo não duráveis tiveram alta de vendas expressiva no ano passado. A cervejarias, por exemplo, venderam 5,9% mais em volume que em 2008, segundo a Nielsen. Os fabricantes de cereal em barra comercializaram 17% mais. As vendas de molho de tomates subiram 13% e a de vegetais congelados, 19%. O mercado de ração para animais de estimação, porém, não responde a esse impulso. Nos últimos três anos, as vendas estacionaram na casa do 1,7 bilhão de toneladas de ração, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet). Por quê?

 

"Não basta só o consumidor ter dinheiro no bolso para que o mercado 'pet' cresça", diz Fernando Rodrigues, gerente negócios da unidade de cuidados para animais de estimação da Mars, que fabrica as marcas pedigree, para cães, e Whiskas, para gatos. "As vendas de rações são mais diretamente relacionadas ao nível de informação do dono do animal do que com o seu poder aquisitivo", afirma o executivo. É por isso, segundo ele, que a marca Pedigree, que é lider do mercado com 22% das vendas, tem um percentual maior no Nordeste do país. "Naquela região, predomina a população de classes C e D, mas nossa participação de mercado ali fica na casa dos 30%", diz ele.

 

Este ano, entretanto, a maré deve melhorar para os fabricantes . A previsão da Anfalpet é de que o mercado cresça 7% em volume, graças ao esforço de marketing e de treinamento das empresas. "Vendemos os produtos da Royal Canin apenas em 'pet shops' porque em supermercados seria impossível oferecer as indicações e as informações dos produtos", diz o presidente da Royal Canin do Brasil, Bernard Pouloux. "Todos os nossos vendedores são treinados e também oferecemos treinamento para os veterinários e representantes dos nossos 15 mil pontos de vendas oficiais em todo país", diz.

 

A Royal Canin foi a pioneira no mundo na criação das rações super premium, que têm mais nutrientes e são mais específicas que as tradicionais. Há, por exemplo, rações para determinadas raças, como o pequeno shih-tzu. As vendas da empresa, conforme Pouloux, devem crescer acima da média do mercado, uma vez que o segmento de rações premium e super premium têm registrado crescimento mais acelerado. "Não há números de mercado sobre isso, mas com certeza o crescimento é mais acelerado", diz Pouloux.

 

No Brasil, segundo ele, 60% dos donos de animais ainda alimentam seus 'pets' com restos de comida. A indústria não tem conseguido aumentar significativamente a fatia dos que usam apenas rações industrializadas, mas tem tido êxito na sofisticação do mercado. "Dentre os que já compravam rações, há mais gente adquirindo as premium e super premium", diz o presidente.

 

É por conta desse aquecimento nesse nicho que a Pedigree está lançando sua primeira ração super premium - com carne de cordeiro. "Em 1993, o mercado tinha 16 fabricantes. Agora são mais de 150. É impossível crescer se não tivermos produtos diferentes da maioria", diz Fernando Rodrigues.

 

Veículo: Valor Econômico


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