A PepsiCo anunciou a criação de um novo grupo, o Global Nutrition, voltado para alimentos funcionais, laticínios e outros itens saudáveis. Neste ano, a companhia havia anunciado que reduziria o teor de sódio, açúcar e certas gorduras em muitos de seus produtos, como as batatas fritas de sua unidade Frito-Lay.
O objetivo da multinacional é triplicar as vendas de produtos considerados mais saudáveis em dez anos, para US$ 30 bilhões. Em cinco anos, a empresa quer cortar em 25% o sódio em algumas de suas principais marcas. Para as bebidas, a meta é reduzir o açúcar em 25% em dez anos.
O grupo voltado aos alimentos nutritivos terá sede em Chicago, nos Estados Unidos. Seu executivo-chefe será o diretor científico da empresa, Mehmood Khan.
A CEO mundial da PepsiCo, Indra Nooyi, disse ontem a investidores que a companhia detectou o interesse de consumidores por produtos de maior valor nutritivo em países emergentes como a China, a Índia e o Brasil. Cerca de 40% da receita da PepsiCo vem de fora dos EUA e Canadá.
A multinacional não é a única a criar uma empresa para atender ao apelo do consumo saudável. A Nestlé anunciou, no fim de setembro, investimentos de cerca de US$ 500 milhões para desenvolver uma companhia de ciências da saúde voltada ao combate da obesidade e doenças crônicas. No caso da multinacional suíça, os produtos desenvolvidos a partir dessas pesquisas devem se situar numa categoria intermediária entre a alimentícia e a farmacêutica.
Ontem, a PepsiCo também divulgou o balanço mundial referente ao seu terceiro trimestre fiscal, encerrado em 4 de setembro. A receita subiu 40%, para US$ 15,51 bilhões, impulsionada pelo forte aumento das vendas no exterior e pela aquisição das engarrafadoras da empresa na América do Norte neste ano. A receita superou as estimativas dos analistas, de US$ 15,38 bilhões.
O lucro líquido da PepsiCo aumentou 12% em relação ao mesmo período do ano passado, beneficiado pelo crescimento no exterior e pelo bom desempenho de suas bebidas e dos salgados Frito-Lay. A companhia, no entanto, reduziu a expectativa máxima de lucro para o ano fiscal, pois prevê que as oscilações nas taxas de câmbio prejudicarão seu resultado. A projeção anterior era de um crescimento do lucro por ação entre 11% e 13%. Agora, é de alta entre 11% e 12%
O ganho no trimestre fiscal somou US$ 1,92 bilhão, o que representa US$ 1,19 por ação.
Excluindo itens extraordinários, como os encargos para integrar suas engarrafadoras, a companhia teve lucro de US$ 1,22 por ação, dentro do esperado pelos analistas, segundo a Reuters.
A companhia concluiu a aquisição das engarrafadoras, por US$ 7,8 bilhões, neste ano, com a ideia de aprimorar o controle da distribuição e levar produtos ao mercado com mais rapidez. Os consumidores vêm se afastando dos refrigerantes por preocupações com seus valores nutritivos e voltando-se para sucos e chás. Também reduziram suas compras em função do mau momento econômico.
A empresa, cuja sede fica em Purchase, Nova York, registrou aumentos na receita de todas suas unidades de negócios, incluindo a de bebidas, em todo o mundo, e a de lanches, com exceção da Quaker, que vem enfrentando dificuldades nos EUA.
Por causa das oscilações cambiais, a PepsiCo também reduziu a previsão de crescimento no lucro por ação das operações principais, que agora varia entre 10% a 11%. As receitas fora dos EUA podem ser afetadas pelas oscilações no câmbio, quando convertidas em dólar. (Com agências internacionais)
Veículo: Valor Econômico