Às vésperas do plantio da nova safra de algodão, produtores estão preocupados com o câmbio. O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), João Carlos Jacobsen, alerta para o risco de a desvalorização do dólar frustrar as expectativas do setor, que se fia na recuperação dos preços para ampliar o plantio.
Pelos cálculos de Jacobsen, o dólar abaixo de R$ 1,75 compromete a rentabilidade da cotonicultura, pois a esse nível os custos tornam inviáveis as operações de hedge de câmbio - o setor vende grande parte da safra antecipadamente para bancar os custos de produção. Ele chama a atenção para o fato de que os preços, na faixa de R$ 2,10 por libra-peso (R$ 73,21 por arroba), retornaram aos patamares do início de 2004, mas naquela época os custos de produção em reais eram bem menores. Segundo dados da Conab, os custos de produção do algodão na Bahia nos últimos quatro anos subiram 29%.
Clima. Na Bahia, a estiagem ainda não afetou o plantio de algodão, que começa a ser semeado em 15 de novembro. Já em Mato Grosso, produtores estão apreensivos, principalmente os que cultivam o algodão na sequência da colheita da soja. Caso as chuvas atrasem para a segunda quinzena de outubro, os produtores poderão escolher semear a soja novamente.
Veículo: O Estado de S.Paulo