Trabalhadores das indústrias têxteis de Blumenau (SC) entraram em greve, esta semana, por tempo indeterminado com uma reivindicação de reajuste salarial de 15%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial (Sintrafite), 2.500 funcionários estão parados na Cremer, Cremer Adesivos e Hering e hoje mais uma empresa vai aderir ao movimento.
A presidente do sindicato dos trabalhadores, Vivian Bertoldi, afirma que os empresários querem conceder aumento de 8%, percentual que não representa nem 1% de aumento real, já que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador habitualmente utilizado como base para correção dos salários, dos últimos 12 meses, até setembro, foi de 7,15%.
Produção
O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, afirma que duas unidades produtivas da Cremer e uma da Hering estão parcialmente paradas e que totalizam 600 trabalhadores de um total de 30 mil. "Até agora, não houve redução da produção, mas há danos ao andamento normal das atividades, já que estão ocorrendo piquetes nas portas das fábricas e a interferência da Polícia Civil", diz.
Dissídio coletivo
Mesmo com a pressão, o sindicato das indústrias não pretende aumentar a proposta de reajuste de 8%, anunciada na última assembléia dos trabalhadores, dia 27 de setembro. Segundo Kuhn, o encaminhamento da questão agora será para o dissídio coletivo à Justiça do Trabalho. "Em outros municípios de abrangência do Sintex, como Pomerode e Timbó, o aumento da categoria têxtil foi de 6%", compara.
Segundo o Sintex, 8% de reajuste salarial representa a concessão de 11,89% acima do percentual do INPC e corresponde a um aumento de 11,50%, no piso de contratação, de R$ 554,40, e de 11,55% no piso de efetivação, de R$ 616,00, entre outros benefícios.
Veículo: Gazeta Mercantil