A alta na cotação do trigo já está refletindo no preço do pão de sal. Com a quebra da safra na Rússia - um dos principais exportadores do cereal para o Brasil -, devido a fatores climáticos desfavoráveis, o valor do tradicional pãozinho teve aumento de até 25% nas padarias de Belo Horizonte. Conforme representante das empresas, torna-se inviável manter o rendimento sem repassar a elevação ao consumidor final.
Na Boníssima Padaria e Delikatessen, com duas unidades na Capital, o preço do produto aumentou 5% e já chega a R$ 9,90 o kilo. De acordo com o sócio-proprietário, José Batista de Oliveira, a farinha de trigo teve alta de 30% em outubro frente o mês imediatamente anterior e foi preciso repassar o reajuste aos clientes.
"A Rússia interrompeu as exportações de trigo, o que impactou negativamente os negócios. Com a elevação dos custos foi necessário aumentar o preço do produto. Entretanto, o aumento não deverá influenciar no consumo e, mesmo mais caro, o pão de sal continuará tendo o seu público-alvo", explicou.
Já na Padaria Pádua, com duas unidades na Capital, o valor do pão de sal teve alta de 7,9% e o preço do item chegou a R$ 7,90. De acordo com a diretora Financeira, Katarina Silva Carvalho, a elevação do custo da farinha de trigo refletiu negativamente no valor final que precisou ser repassado ao consumidor.
Ainda segundo ela, outros insumos também tiveram aumento, sobretudo o queijo e o polvilho. Com isso produtos como o pão de queijo também ficaram mais caros. "Apesar da alta nos preços, hoje o consumidor já consegue avaliar melhor a qualidade dos produtos e entender que o empreendimento precisa ter um rendimento mínimo para funcionar de forma adequada", afirmou.
No caso da Padaria e Confeitaria Graciliano, com três lojas na região Centro-Sul da Capital, o preço do pão de sal será reajustado em dezembro e está previsto aumento de 22,3% salto de R$ 17,90 para R$ 21,90. Segundo o proprietário, Rodrigo Paiva, a farinha é importada da Argentina o que contribuiu para que o repasse não acontecesse imediatamente.
Entretanto, com o final de ano e aumento da demanda há também elevação dos custos, o que torna o reajuste necessário. "Dezembro é um mês de pagamento do 13º salário dos funcionários e, como todos os insumos se tornam mais caros, é preciso elevar o preço", avaliou.
De acordo com Paiva, as encomendas para o Natal foram realizadas pelos clientes com antecedência. O empresário destacou que os orçamentos para as festas de final de ano já começaram a ser feitos e o faturamento da empresa deverá ser 20% superior ao registrado no ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG