Depois de informar há menos de um mês uma reengenharia nos negócios no Brasil, o Walmart divulgou ontem que teve uma alta de 12,4% nas vendas no país durante o terceiro trimestre fiscal terminado em 31 de outubro. Mas sem considerar as lojas abertas nos últimos 12 meses, o crescimento foi menor, chegando a 1,2% comparado com o mesmo trimestre de 2009. O tráfego de clientes nas lojas brasileiras encolheu 6,4%, mas o gasto médio dos consumidores subiu 7,6%, em termos reais.
Nos últimos 12 meses, foram inauguradas 79 novas lojas no país, levando para 452 o total de unidades brasileiras da rede. Só no último trimestre foram sete lojas.
"Continuamos com a integração das operações no Brasil para simplificar nosso negócio", disse em teleconferência o presidente das operações internacionais da companhia, Doug McMillon, se referindo às lojas abertas no país pelo próprio Walmart e às aquisições do Bompreço e do Sonae, em 2004 e 2005, respectivamente.
"Temos um desafio pela frente já que a operação brasileira está dividida em três grandes negócios separados. Enquanto nossa a reengenharia durar, sabemos que teremos uma contínua pressão sobre os resultados do Brasil", acrescentou o executivo. Segundo ele, nesse trimestre a margem bruta sobre as vendas diminuiu 1,7% em relação ao ano passado e as despesas (em relação ao percentual de vendas) tiveram um ligeiro aumento.
Ele ressaltou a volta de Marcos Samaha à operação brasileira, desta vez como presidente no lugar de Héctor Núñez, transferido de cargo no início do trimestre para liderar a operação da cadeia no sul dos EUA (Flórida e Porto Rico). "Nosso time de diretores está muito focado em melhorar nossas compras no Brasil e em fazer nossas lojas funcionarem de acordo com nossa política de 'Melhor preço todo dia'", disse.
Globalmente, a rede americana teve elevação de 9,3% em seu lucro líquido no terceiro trimestre. A maior varejista do mundo se beneficiou de controles de custos e de um forte retorno nos negócios internacionais. A companhia também elevou sua previsão de lucro para o ano fiscal.
A rede apresentou lucro líquido de US$ 3,44 bilhões, ou US$ 0,95 por ação, no trimestre. O resultado supera o ganho de US$ 3,14 bilhões registrado no mesmo intervalo de 2009. A receita somou US$ 101, 24 bilhões no trimestre e ficou abaixo da expectativa de US$ 102,25 bilhões dos analistas de mercado. Já a receita em lojas abertas há pelo menos um ano – critério 'mesmas lojas' – recuou 0,7%, puxada por uma queda de 1,4% nas vendas das lojas americanas. O declínio, que exclui vendas de combustível, foi pior do que a projeção dos analistas, que esperavam uma queda de 0,4%. (*Redação, com agências internacionais)
Veículo: Valor Econômico