Com um número de vagas 11% maior em relação a 2009, o mercado de trabalho abre possibilidades de emprego no comércio e na indústria para aproximadamente 139 mil pessoas até a chegada do Natal, em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul a previsão da quantidade de trabalhadores temporários contratados é de 9.327. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem). Os números da última pesquisa encomendada pela entidade ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) contemplam apenas os contratos temporários firmados de acordo com a Lei 6.019/74, excluindo estagiários, terceirizados e contratos informais.
Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Vitor Augusto Koch, está havendo "um problema muito sério" no Estado: falta mão de obra para o varejo. "As pessoas estão empregadas. Outro fator que dificulta as contratações neste setor é o horário de funcionamento do comércio, que inclui sábados e domingos", avalia, destacando que o segmento de móveis tem mais dificuldade para ocupação de postos que exijam qualificação, como montagem de cozinhas e dormitórios planejados, com boa saída no final de ano. "Neste sentido, é mais fácil contratar no ramo mole, de confecções", opina Koch.
As contratações já estão ocorrendo a todo o vapor. "Normalmente, as seleções ocorrem em outubro e as contratações se iniciam a partir de 15 de novembro", explica. O objetivo deste calendário é treinar os temporários para que, no ápice das vendas para o Natal, estejam preparados. "Depois, renova-se os contratos por 30 dias, e incentivamos que o mesmo ocorra por mais 60 dias, para aproveitar mão de obra durante as liquidações de verão", completa Koch.
Do total de vagas oferecidas em todo o País, cerca de 30% deverão ser preenchidas por jovens em situação de primeiro emprego, de acordo com os dados da Asserttem. "Conquistar uma vaga temporária é uma chance para o trabalhador mostrar o seu potencial, com possibilidade de efetivação", afirma Jismália de Oliveira Alves, diretora de comunicação da entidade. Segundo ela, 28% dos contratos poderão se tornar efetivos - cerca de 39 mil pessoas em todo o Brasil -, 26% a mais do que no Natal anterior.
Para o presidente da FCDL, oficialmente a possibilidade dos temporários conseguirem vingar no posto de trabalho, alcançando contrato permanente, neste ano é de 7% a 9%. "Mas este número deve aumentar, pois a demanda está aquecida e há carência de mão de obra. Basta uma atuação positiva do temporário, para ele conseguir se efetivar."
Caso a previsão de abertura de 139 mil vagas temporárias em todo o País se confirme, será o melhor resultado da história, segundo o presidente da Asserttem, Vander Morales. Ele destaca o aumento da renda familiar e a estabilidade da economia como grandes responsáveis pelo otimismo do mercado. "A classe C representa aproximadamente 44% dos consumidores, e continua em evidência", ressalta. Para ele, com um cenário econômico favorável, empresas de bens e serviços sentem-se impulsionadas a produzir mais e a direcionar suas estratégias para este público, gerando um ciclo virtuoso de consumo.
Veículo: Jornal do Comércio - RS