Preço do arábica continua elevado

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Valor da saca na região do Cerrado é de R$ 328,75; no Sul de Minas é de R$ 333,56.

 

Os preços do café arábica em Minas Gerais permaneceram estáveis em outubro, mas ainda estão em patamares elevados. A média mensal do Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) do arábica no país ficou em R$ 327,15 a saca de 60 quilos. Nas regiões avaliadas pelo Cepea em Minas os preços da saca variaram entre R$ 328,75 na região do Cerrado e R$ 333,56 no Sul de Minas.

 

A sustentação dos preços, segundo as informações do Cepea, se deve à escassez mundial do produto. Com isso, um número maior de países recorreu ao grão brasileiro para suprir a demanda. Em outubro, as cotações do café arábica continuaram elevadas no mercado internacional.

 

De acordo com o Cepea, na Bolsa de Nova York o contrato com vencimento em dezembro teve média de 191,55 centavos de dólar por libra-peso em outubro, aumento de 5% em relação à média de setembro. A moeda norte-americana teve média mensal de R$ 1,684 por dólar, queda de 2% no mesmo período.

 

A valorização do grão continua gerando receita aos produtores, porém os investimentos na renovação dos cafezais e no processamento ainda não serão impulsionados. Este cenário se deve ao endividamento dos produtores ao longo dos últimos dez anos.

 

De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, o segmento cafeeiro de Minas Gerais precisa de intervenções do governo para a renegociação das dívidas e retomada dos investimentos na cultura.

 

"Os produtores enfrentam um endividamento crônico que impede os investimentos na cultura. Acreditamos que o próximo governo irá renegociar as dívidas e criar condições para a sustentação dos preços do café no país. Só assim será possível investir na agregação de valor ao grão e reduzir os níveis de exportação de café verde, priorizando o produto beneficiado que gera maior lucro aos produtores", disse.

 

As expectativas para a próxima safra no Estado são positivas. Por ser um ano de bianualidade negativa, a safra 2011/2012 deverá ser menor que a safra atual, o que poderá contribuir para a sustentação dos preços aos níveis atuais.

 

De acordo com o Cepea, as chuvas registradas no final de setembro e ao longo de outubro em Minas foram suficientes para que os cafezais produzissem floradas satisfatórias. As chuvas tardias aconteceram devido ao fenômeno La Ni¤a.

 

No Cerrado mineiro foram registradas floradas no início de outubro em grande parte dos cafezais. A intensidade foi maior nas lavouras que ainda não tinham registrado floradas satisfatórias. Parte dos cafezais desta região é irrigada, o que permitiu a ocorrência de florações mesmo durante o período de seca.

 

Porém, os produtores do Cerrado não comemoram. A seca, registrada entre julho e setembro, fez com que parte das lavouras não-irrigadas perdesse folhas, expondo as flores ao sol, e caso os raios solares sejam muito intensos, a florada destes cafezais pode ser prejudicada. Além disso, produtores consultados pelo Cepea comentaram que parte dos botões florais foi derrubada em municípios onde as chuvas foram muito fortes.

 

No Sul de Minas a maior parte das lavouras também registrou boas floradas no início de outubro. Segundo o Cepea, os produtores desta região estão otimistas devido ao clima favorável. Assim, caso as flores se desenvolvam em frutos, há expectativa de boa produção com os danos da seca minimizados pelas chuvas registradas no início de outubro. Já na Zona da Mata, a florada também foi satisfatória, ocorrendo no início do mês.

 

De modo geral, devido ao longo período de déficit hídrico, as floradas foram mais uniformes. Assim, para a próxima temporada os grãos podem ter maturação mais uniforme. Na atual safra (2010/11), a ocorrência de diversas floradas resultou em grãos maduros em momentos diferentes, dificultando a seleção no momento da colheita e acarretando lotes com muitos grãos verdes.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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