Depois da baixa adesão ao trigo paranaense no leilão de ontem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os produtores do Estado esperam que o governo reajuste para cima os valores dos prêmios ofertados para as regiões paranaenses. O valor máximo oferecido para o Estado no leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), ocorrido ontem, foi de R$ 77 por tonelada, enquanto que para o Rio Grande do Sul, esse valor foi de R$ 89 por tonelada.
Com isso, explica o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento, 100% do volume ofertado para o Rio Grande do Sul - 160 mil toneladas de trigo - foram arrematados num pregão bastante disputado. "A elevada concorrência causou um deságio de 25% do valor prêmio de abertura".
Já no caso do Paraná, as ofertas foram divididas em duas regiões. Para a região 1, foram oferecidas 85 mil toneladas, e arrematadas, 62 mil toneladas. Nessa região, o prêmio máximo foi de R$ 77, maior do que na região 2, que foi de R$ 54. "Na segunda região foram ofertadas 35 mil toneladas e nada foi demandado", diz Bento.
Por isso, diz Nelson Costa, superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a expectativa do setor paranaense é de que no próximo leilão, marcado para a próxima quinta-feira, o valor do prêmio paranaense seja reajustado para níveis próximos do valor do Rio Grande do Sul.
No total, a Conab ofertou no leilão 300 mil toneladas de trigo, das quais 226,2 mil toneladas, ou, 75,4%, foram negociadas. Não houve procura pelo produto em Santa Catarina (20 mil toneladas). Ontem, o Ministério da Agricultura (Mapa) avaliou como satisfatório o resultado do leilão. Os leilões de PEP foram autorizados pelo Mapa para ajudar a dinamizar a comercialização da safra brasileira.
Veículo: Valor Econômico