Segmento de laticínios teme acordo com europeus

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Abertura do mercado brasileiro para o ingresso dos produtos lácteos da UE preocupa a agroindústria

 

Representantes do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg-MG) e de outros estados produtores se reuniram ontem para discutir os principais gargalos e ações necessárias para impulsionar o setor. Dentre os assuntos abordados no Primeiro Encontro Brasileiro dos Sindicatos Estaduais de Laticínios, o de maior preocupação se refere ao acordo de integração comercial entre a União Europeia e os países integrantes do Mercosul.

 

Caso confirmado, o acordo poderá impactar de forma negativa na cadeia leiteira do Brasil devido ao ingresso de volumes irrestritos, principalmente de soro e queijos, provenientes da União Europeia no mercado local.

 

De acordo com o presidente do Silemg, Alessandro Rios, o receio do setor é de que a abertura do mercado brasileiro para o ingresso dos produtos lácteos originários da UE sirva de moeda de troca para abrir espaço no mercado internacional para produtos que o Brasil possui grande competitividade, como açúcar, grãos e carnes.

 

"O aumento da oferta de produtos importados, principalmente queijos, poderá afetar ainda mais o setor no país uma vez que a oferta já é grande, os preços estão praticamente estáveis e são insuficientes para gerar lucro significativo aos produtores. Além disso os produtos de lácteos da UE recebem subsídios, o que vem a comprometer a competitividade dos produtos nacionais", disse Rios.

 

Minas Gerais seria um dos estados mais afetados, por ser a maior bacia leiteira do país. O receio dos representantes do segmento é que os lácteos se tornem uma moeda de troca para abrir espaço para outros produtos brasileiros no mercado internacional.

 

Estratégia - De acordo com o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant’Ana Alvim, no próximo dia 30 será realizada nova reunião entre os membros brasileiros envolvidos na negociação para discutir quais produtos brasileiros poderiam ser exportados e que trariam resultados positivos.

 

"O ingresso sem controle de lácteos no mercado brasileiro poderá causar impactos negativos na cadeia leiteira. Dentre os principais problemas está a provável redução dos preços do produto nacional devido a perda da competitividade frente aos europeus. O acordo da forma que conhecemos hoje não agrada nem um pouco o setor, por isso é importante que a cadeia esteja unida e buscando soluções para defender o mercado nacional", disse Alvim.

 

A proposta elaborada pela União Europeia condiciona o livre acordo de comercialização com o Mercosul ao livre ingresso de queijos e soro de leite nos mercados brasileiro, argentino e uruguaio.

 

"Os representantes da UE estão interessados principalmente no mercado brasileiro por estar em plena expansão e ser maior que o dos demais países envolvidos. Por isso, é preciso que o governo seja cauteloso e evite que os produtores de leite sejam mais uma vez penalizados", disse Alvim.

 

O receio da categoria se deve aos subsídios ofertados aos produtores de leite da UE. Com os benefícios, o produto provavelmente entrará mais barato no Brasil e disputando lugar com os produtos nacionais.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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