Chile aposta no setor gourmet para ampliar venda de azeite no Brasil

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De olho no aumento de 123% na receita gerada pelo consumo brasileiro de azeite nos últimos três anos, o Chile está disposto a investir e concentrar sua atenção no potencial que esse mercado pode oferecer. Tradicional fornecedor mundial de vinhos, o país vizinho buscará agregar valor para enfrentar concorrentes de peso como Portugal, Argentina e Espanha para ganhar espaço no Brasil. Juntos, os três países detém 88,6% de participação no mercado nacional de azeite.

 

O Brasil importa todo o azeite que consome, demanda que somou US$ 96 milhões em receita para os exportadores no último ano, ante os US$ 43 milhões de 2005, segundo a pró-Chile, entidade que promove os produtos do país vizinho. A explicação para o crescimento é o aumento da renda da população, fato que amplia o consumo per capita principalmente entre as classes B e C.

 

"A estratégia será o mercado gourmet para ganhar em receita, e não em volume", explica Ricardo Moyano, adido comercial do pró-Chile. Além disso, ele conta que está prevista uma aproximação entre os dois países por meio da promoção de degustação com vinhos e azeites em feiras. O objetivo é trabalhar em linha com o que foi feito para o vinho há 20 anos e hoje é reconhecido internacionalmente pela alta qualidade.
A produção de azeite no Chile é relativamente recente. Começou há dez anos e é favorecida pelo clima ameno, que também impulsiona a viticultura. A produção das oliveiras tem crescido mais intensamente nos últimos dois anos. De acordo com a Associação Chile Oliva, em 2006, a produção alcançou 2,4 mil toneladas - 33% maior que o ano anterior. Em 2007, o número saltou para 5 mil toneladas de oliva, um incremento de 108%. "Para este ano, esperamos uma produção de 10 mil toneladas. Isso mostra que o setor cresce ano após ano", comemora o presidente da entidade, Manuel Saavedra.

 

O fluxo comercial de oliva entre os dois países movimentou US$ 105 mil no ano passado. Para 2008, a expectativa da associação é de que atinja US$ 192 mil, alta de 82%. "O número ainda é incipiente, mas se conseguirmos chegar a 1% do mercado já será um grande passo", observa Moyano. Já Saavedra enxerga o mercado com mais otimismo e acredita que em cinco anos é possível ocupar 10% de participação. "Os negócios com o Brasil crescem a cada ano e algumas travas que impediam a aproximação, como a sanitária, já foram resolvidas", diz.

 

No total, as vendas externas de azeite geraram US$ 4 milhões em divisas para o Chile em 2007. Saavedra acredita que neste ano a receita deve dobrar: "Em cinco anos esse valor chegará a US$ 50 milhões ou acima disso". Marcelo Aebi, diretor da importadora Special Food Service, que trabalha com azeite chileno, explica que o processo de produção de ótimo azeite é semelhante ao do vinho. "Para obter um bom blend, é necessária uma fruta com baixa acidez. O tipo kardamile, que nós importamos do Chile, já possui cinco prêmios internacionais." Para ele, um outro fato importante que favorece o crescimento do mercado é o maior rigor na fiscalização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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