Varejo: vendas em ebulição

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Em novembro, operações a prazo avançaram 14,2% e à vista 10,3%. 

 

A continuidade do avanço do crédito no País e a grande oferta de produtos importados a preços atrativos mantiveram as vendas do comércio da Capital em ritmo forte em novembro na comparação com igual período de 2009. Balanço do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra elevação de 14,2% nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), termômetro que mede vendas a prazo. Já as operações à vista apuraram avanço de 10,3%, segundo o SCPC Cheque.
 


De acordo com o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, os números confirmam a expectativa de boas vendas no Natal, acima dos 12%, o maior desempenho dos últimos dez anos. "Até então, o melhor registro havia sido em 2007, antes da crise mundial de crédito, com 7,8% de crescimento na média dos dois sistemas", afirmou.
 


O destaque de novembro foi a antecipação das compras de itens típicos para a data comemorativa, como enfeites, panetones e lembrancinhas.
 


Na variação mensal, o SCPC cresceu 2,4% em novembro, se comparado a outubro. Em igual intervalo, o SCPC Cheque registrou alta de 7,5% já refletindo o movimento de Natal em shopping centers e ruas comerciais da cidade. "As vendas foram impulsionadas pelo aumento da massa salarial  e pela forte concorrência de produtos importados, tornando o mercado favorável ao consumidor", disse o economista do IEGV, Emílio Alfieri.
 


Inadimplência – Os registros recebidos (carnês que entraram para o sistema por falta de pagamento) aumentaram 9,3% em novembro em relação a igual período de 2009.
 


Na avaliação do economista, o resultado é reflexo do ingresso de novos paulistanos no mercado consumidor, mas ainda em ritmo inferior ao crescimento das vendas registradas na pesquisa. A média, nas duas modalidades – à vista e a prazo – foi de 12,2%.
 


Já os registros cancelados (carnês quitados ou renegociados) apresentaram crescimento de 9,2%, impulsionados pela geração de novos empregos formais e pela campanha de renegociação de dívidas. "Com esses números, a inadimplência permanece estável, em patamar baixo", afirmou Alfieri.
 


Segundo a ACSP, a maior facilidade de acesso ao crédito é uma ferramenta que ajuda o consumidor a se manter disposto a limpar o nome.

 

Renda em alta e 13º ajudam negócios

 

Ainda faltam 23 dias para o Natal, mas o varejo paulistano calcula movimento acima da média para o período. A expectativa é de um crescimento de até 50% nas vendas em relação ao ano passado.
 


Uma das explicações está na ascensão do público que pertence às classes C e D que passou a ter maior poder de compra com a criação de empregos formais no País. A auxiliar de informática Cristina Ferrari aproveitou o dia de ontem para comprar os presentes de Natal para os quatro sobrinhos. Ela gastou cerca de R$ 150 com brinquedos na loja Econômica, da rua Direita. "Estou pesquisando preços desde outubro. Prefiro comprar antecipadamente para não enfrentar filas quilométricas dos consumidores que deixam tudo para a última hora. E assim, também economizo."
 


Segundo o gerente de marketing do estabelecimento, José Edílson dos Santos, em dezembro, a expectativa é de que a loja receba por dia 5 mil consumidores, com tíquete médio de R$ 25. "Esperamos crescer cerca de 15% neste Natal em relação a 2009. O momento é favorável ao comércio de produtos populares, a partir de R$ 1,99."
 


Na loja de calçados Clovis, não é diferente. O movimento em novembro deixou o gerente José Barbosa otimista para o Natal. "A partir da semana que vem, com o 13º salário em mãos, os consumidores sairão definitivamente às compras." A expectativa é de vendas 50% superiores ao ano passado, quando cresceram pouco, cerca de 10%, por causa dos reflexos da crise internacional.


 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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