Após a união com a marca W, de Washington Olivetto, agência de publicidade deve terminar o ano como a terceira maior do País
O meio publicitário terá um ano para ficar na memória. Há tempos não experimentava índices de crescimento na casa dos dois dígitos, como os 18% de aumento no faturamento que o mercado deve registrar em 2010.
Para uma agência em particular, o ano teve sabor de vitória. "Se está sendo legal para todos, para a WMcCann é muito melhor, depois de enfrentar quatro ou cinco anos de perdas contínuas", diz o presidente da agência, Fernando Mazzarolo. A agência começa a colher os frutos de suas ousadias, como incluir na filial brasileira a letra W à frente da tradicional marca que ostenta em 125 países onde opera. Fez isso para contar com o publicitário Washington Olivetto em seus quadros.
Há seis meses, Olivetto assumiu a posição de chairman da WMcCann Brasil e de chefe-criativo da McCann Worldgroup da América Latina e Caribe. A intenção era voltar a ocupar um lugar de destaque entre as dez maiores agências do País, onde a McCann sempre esteve.
Não foi preciso muito tempo. A WMcCann já está em quarto lugar no ranking do Ibope Monitor e deve fechar o ano na terceira posição, graças à movimentação de autorização de mídia para seus clientes de R$ 1,85 bilhão.
A figura de Olivetto e o portfólio de clientes da sua antiga agência W, que foi desativada, foram relevantes para esse impulso. Em 2009, a McCann Erickson aparecia na 11.ª posição e a W em 43.ª na pesquisa do Ibope por faturamento. No ano passado, a McCann perdeu a polpuda conta do Santander, hoje na Talent, e viu outra grande conta encolher, quando a montadora General Motors teve de recorrer ao dinheiro do Tesouro americano para sobreviver.
A união de duas grandes marcas publicitárias - W e McCann-Erickson - injetou ânimo novo no negócio. "Foi um impulso importante para não sofrermos debandada de clientes ou de talentos, crescermos nos próprios clientes e ainda ganharmos novas contas", diz Olivetto. Deu resultado. Foram 55 campanhas criadas pelas equipes da WMcCann nos últimos seis meses.
Entre elas estão as da L"Oréal e as de lançamento do Chevrolet Camaro e do Chevrolet Malibu. Houve ainda a série de anúncios Presidenciáveis, para a Bombril, e também as campanhas da Intelig com o ator Selton Melo.
Um elemento crucial para o sucesso da WMcCann, tanto na opinião de Olivetto quanto na de Mazzarolo, foi a adoção do modelo sem paredes, juntando as equipes de propaganda online e tradicional. "Acabamos com a luta de classes", brinca Olivetto. "Aqui abolimos o argumento do "somos bons em digital". Todos trabalham lado a lado. Hoje em dia, falar que é bom em digital é como dizer que tem luz em casa. É óbvio que qualquer grande agência tem de ser boa em digital."
Veículo: O Estado de S.Paulo