Neste ano da Copa do Mundo, objetos de desejo do consumidor como televisores, DVDs e home theaters cativam o consumidor também para o Natal, e quem saiu em vantagem é a LG e a Pioneer, que aguardam aumento de vendas acima de dois dígitos. Segundo o coordenador de Produtos de uma das líderes de equipamentos automotivos Pioneer, Anderson Piche, todo fim de ano é um período muito bom para o ramo de eletrônicos. "Em relação a outros meses do ano, este período chega a ter incremento de cerca de 20%", lembrou.
Segundo a consultoria GfK, que considerou 50 categorias de produtos como portáteis, dentre as linhas branca, marrom, informática, foto e telecom, o faturamento entre janeiro e agosto de 2010 atingiu um total de R$ 45 bilhões, representando um incremento de 17,5% sobre o do mesmo período de 2009.
O Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), prevê que este Natal seja um dos melhores dos últimos anos o que deve acirrar a disputa entre Walmart e Carrefour no segmento. Entre os artigos que a empresa considera mais desejados pelos clientes estão televisores e computadores. As vendas de televisores devem crescer 25% em relação 2009. Os produtos mais desejados nessa linha deverão ser os televisores de tela de LED e de LCD.
De acordo com as tendências mundiais, a gerente de Negócios no Varejo da GfK, Simone Aguiar, o Brasil se destaca frente a outros países nas vendas de eletros - inclusive em países europeus, onde este mercado já está maduro.
"[no País], o nordeste, por exemplo, é uma região que tem brilhado aos olhos do varejo e da indústria, porque tem crescido muito. Mas, em contrapartida, o interior de São Paulo, pela primeira vez, passa a ser a região mais importante nas vendas de eletro do País", destacou a gerente de Negócios da GfK.
Objeto de desejo
O maior objeto de desejo que a Samsung vai exibir nos pontos-de-venda, por exemplo, custará nada menos do que R$ 18 mil. É uma peça voltada ao público classe A e B, um televisor de LED que transmite imagens tridimensionais (3D), possui 51 polegadas e espessura de apenas 0,7 centímetros.
Segundo o gerente da Samsung, Rafael Cintra, as perspectivas são bastante otimistas para o fim do ano. O varejo começou a fazer os pedidos e está se preparando para uma demanda aquecida. "Esperamos vender mais que na Copa do Mundo [em abril e junho]", afirmou Cintra.
As vendas de LED ainda são pequenas no Brasil: a projeção é de que sejam comercializadas 750 mil unidades este ano. Mas, para 2011, já se espera um salto nas vendas de telas ultrafinas, para 2 milhões de unidades, o que deverá representar cerca de um terço do consumo de televisores.
No varejo o setor pretende repetir o desempenho do primeiro semestre de 2010, quando foram comercializados cerca de 6,5 milhões de aparelhos no País.
Segundo dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de penetração de televisores nos lares brasileiros é de praticamente 100%, mas apenas 15% das residências possuem televisores de tela fina. Isto significa que há milhões de televisores de tubo que serão substituídos pelas novas tecnologias.
Só a LG, líder de vendas no segmento de tela fina, vai lançar até o fim do ano seis modelos. Mas a convergência com os computadores é uma das tendências em que a marca mais coloca a suas fichas. Além de TVs com conexão com internet, lançados em maio deste ano, a LG vai oferecer agora aparelhos com "conteúdo". "Já possuímos parcerias com os sites internacionais Skype, YouTube, Picasa e AccuWeather e mais dois portais nacionais", afirmou Fernanda Summa, gerente de Produtos de televisores da empresa
Comércio eletrônico
A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), espera um forte movimento do comércio eletrônico neste Natal, com crescimento da ordem de 40% do segmento e-commerce. "O faturamento das vendas on-line do segmento do e-varejo deve superar R$ 15 bilhões em 2010 e a previsão de crescimento no último trimestre é de R$ 3,3 bilhões", prevê Manuel Matos, presidente da camara-e.net.
Segundo informações do E-bit, o mobile-commerce e os clubes de compra também impulsionarão o consumo brasileiro. Com a estimativa de que até o fim deste ano, 23 milhões de pessoas tenham feito pelo menos uma compra on-line. Um exemplo é a Lojas Americanas, que viu o lucro mais do que quintuplicar no terceiro trimestre, e aposta neste fim de ano no comércio eletrônico juntamente com de eletros para garantir o Natal.
O ganho líquido consolidado da rede varejista aumentou 471% na comparação com o mesmo trimestre de 2009, passando de R$ 7,9 milhões para R$ 45,1 milhões.
Veículo: DCI