O Grupo Silvio Santos (GSS) nega ter recebido oferta oficial para vender Baú da Felicidade da rede mexicana Elektra, que foi apontada na semana passada como uma possível compradora. "O Grupo SS continua em seu processo de reorganização", declarava a nota. A mexicana Elektra pertence ao empresário Ricardo Salinas, um dos maiores do ramo varejista na América Latina.
Apesar de negar a oferta dos mexicanos, o grupo diz que há interessados, sim, na rede. "Existem vários players interessados nas lojas do Baú. Porém, não recebemos nenhuma oferta oficial", informou a companhia de Silvio Santos.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o banco PanAmericano, que faz parte do GSS, informou ainda que o objetivo do aporte - que viria da venda das lojas Baú - era "restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade".
Outro imbróglio das lojas do Baú da Felicidade é que o dono da famosa frase "Quem quer dinheiro" rompeu o contrato firmado com a consultoria Galeazzi & Associados, especializada em recuperação de empresas, que prestava consultoria para o SBT, e havia sido contratada em setembro para reestruturar as Lojas do Baú e buscar um comprador para o negócio.
Escândalo
Mês passado teve início o escândalo contábil do PanAmericano, com um desfalque a ser analisado em cerca de R$ 2,5 bilhões em questões contáveis. Os recursos foram obtidos junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), tendo os bens do empresário da tevê de garantia. Silvio Santos terá agora dez anos para pagar o empréstimo, sem juros, só com correção monetária. Ele deverá começar a quitar apenas daqui a três anos.
Já com relação à quebra de contrato com a consultoria Galeazzi, repercutia na semana passada a notícia de que declarações de Cláudio Galeazzi, desagradaram Silvio Santos. Ele disse que estava fazendo um diagnóstico da empresa para saber se valia a pena ou não continuar com o negócio. Galeazzi é consultor e membro do conselho do Pão de Açúcar, cujas redes Ponto Frio e Casas Bahia concorrem com o Baú.
O contrato com o Pão de Açúcar não exige exclusividade, mas a revelação teria causado desconforto na empresa de Abilio Diniz. Galeazzi é conhecido como "mãos de tesoura" e já promoveu a demissão de mais de 20 mil pessoas - soma dos cortes das empresas reestruturadas por sua consultoria.
Veículo: DCI