Nafta mais barata equilibra rentabilidade das empresas

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A rentabilidade da indústria química no último trimestre do ano deverá ser positiva, diante da valorização do real frente ao dólar e das quedas do preço da nafta registradas nos últimos meses: em outubro o valor já é 12% menor do que em setembro. A mesma queda de 12% já havia sido anotada em setembro ante mês anterior. No entanto, esses mesmos fatores, que já impactaram negativamente os resultados dos fabricantes, não estão sendo comemorados. Isso porque a demanda em 2009 deve ser reduzida diante da crise financeira que já começou a respingar no Brasil.

 

"Até setembro tínhamos uma conjuntura positiva. Agora temos dois fatores positivos para o setor, o que faz com que a tendência seja que a rentabilidade melhore. No entanto, tudo depende de como a demanda do Brasil vai reagir nesse momento", afirma Otávio Carvalho, sócio-diretor da Maxiquim, consultoria especializada na indústria petroquímica. Na opinião de Carvalho, os impactos positivos que virão com a queda significativa do preço da nafta e também a valorização do dólar frente à moeda brasileira chegarão mais rapidamente do que os efeitos negativos da crise. Segundo ele, setores que puxaram a demanda por resinas, como a indústria automobilística e a da construção civil - setores que cresceram ancorados pela oferta de crédito - podem favorecer, nesse momento, a queda. "Muitas empresas, que tinham planos mais ousados, já começam a repensar investimentos", afirma.

 

A Braskem, maior produtora de resinas da América Latina, afirma estar diante de um período de observação para poder avaliar como reagirá a oferta e demanda de resinas no País. "A valorização do real e queda do preço da nafta são pontos positivos, pois traz mais competitividade do preço interno da resina, mas a instabilidade dos mercados não nos deixa claro como será a demanda futura", afirma o vice-presidente de Relações Institucionais da Braskem, Marcelo Lyra.

 

No segundo trimestre do ano, a rentabilidade da Braskem foi impactada negativamente graças aos aumentos consecutivos da matéria-prima. No período, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 519 milhões, o que representa uma redução de R$ 291 milhões em relação a igual período de 2007.

 

Importações

 

Levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) revelou o déficit na balança comercial de produtos químicos até setembro é de US$ 17,4 bilhões, um valor 91,5% maior do que o registrado em igual período de 2007. No mês passado, o Brasil importou mais de US$ 3,7 bilhões em produtos químicos, 5% mais do que em agosto. As exportações recuaram 5,1%, alcançando US$ 1,2 bilhão.

 

Em relação a setembro do ano passado, houve crescimento de 84,4% em valor. O volume de importações, contudo, de 2,7 milhões de toneladas, caiu 2% na comparação com agosto, apesar de ter crescido 22,4% em relação a setembro de 2007.

 

"Os preços dos produtos estavam em alta, o que explica a diferença do aumento de valor em comparação ao volume importado", afirma o consultor da Maxiquim. De acordo com ele, o fertilizante é um dos produtos que ajuda a elevar o número, já que mais da metade do total consumido internamente é importado.

 


Veículo: DCI


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