A segunda queda seguida nas vendas do varejo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de 0,2% em outubro ante setembro, foi considerada uma "estabilidade" pelo economista da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Silva Pereira. "É uma taxa muito próxima a zero e para este dado virar positivo no próximo mês não é muito difícil", avaliou.
Ele comentou que o comportamento deste segmento - o de maior peso nas vendas do comércio varejista, representando quase 50% do total -, foi muito influenciado pela onda de aumentos de preços dos alimentos nos últimos dois meses. O especialista lembrou que houve altas expressivas de preços nas commodities agrícolas no atacado, que conduziram a repasses de aumentos junto ao consumidor. Isso acabou afastando um pouco o consumidor das vendas deste tipo de produto.
Pereira também negou que o saldo negativo nas vendas do setor possa se configurar uma tendência para os próximos meses. "Se este comportamento nas vendas tiver sido causado por uma retração de demanda, por conta de aumentos de preço, as pessoas começam a fazer substituições por marcas ou itens relacionados mais baratos", disse. Além disso, ele observou que os problemas de restrição de oferta em produtos agrícolas, que elevaram preços, são passageiros e não devem continuar a pressionar para cima a inflação por muito tempo.
Veículo: Jornal do Comércio - RS