Água de Cheiro investe R$ 100 mi

Leia em 3min 50s

O setor de cosméticos no país cresce em ritmo acelerado, respaldado principalmente pela demanda do emergente público consumidor das classes C, D e E. Somente em 2009 esse segmento movimentou R$ 25 bilhões, expansão de 15% sobre 2008, e o Brasil, mais uma vez, desponta neste ramo: é o terceiro mercado de cosméticos do mundo, perdendo apenas para o Japão e Estados Unidos.

 

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), outros fatores podem explicar o bom resultado deste setor, como a maior participação feminina no mercado de trabalho, lançamentos de produtos e utilização de tecnologia de ponta nas indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, que faz com que haja um aumento da produção e, por conseqüência, a venda de produtos com preços mais competitivos.

 

Em meio às perspectivas positivas desse potencial nicho de mercado, a mineira Água de Cheiro, controlada pelo grupo Globalbras S/A, com unidade fabril em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), conclui neste mês um investimento de R$ 100 milhões - sem recorrer a financiamento - na reestruturação do parque fabril, campanhas de marketing, abertura de novas lojas e na inauguração de três Centros de Distribuição (CDs) no país - Contagem, Recife e Distrito Federal.

 

Uma das estratégias da empresa para manter o crescimento dos negócios será a abertura de lojas. Com 500 pontos de venda no país, a Água de Cheiro prevê a inauguração de outras 115 lojas até o Natal deste ano. Desse total, 10 serão em Minas Gerais, sendo quatro na RMBH.

 

Na opinião do diretor comercial da Água de Cheiro, Alexandre Kalid, o Natal deste ano será o melhor da história, com previsão de um salto de 400% nas vendas frente a igual intervalo de 2009. "Para o acumulado do ano, esperamos um crescimento de, no mínimo, 40% nos negócios. Hoje, os cosméticos tornaram-se itens obrigatórios na vida das mulheres. Além disso, a procura dos homens por esse tipo de produto, que cresce mês a mês, também tem ajudado a incrementar os negócios", justificou.

 

Expansão - A holding também prevê a abertura de mais pontos de vendas no próximo exercício. A previsão, segundo Kalid, é dobrar o número de unidades em 2011 e encerrar o ano com, pelo menos, mil lojas espalhadas por todo o país. "Certamente daremos uma atenção especial ao Nordeste", revelou.

 

O diretor também não descartou a possibilidade de o grupo construir mais um Centro de Distribuição (CD), dessa vez em São Paulo, para dar suporte ao principal mercado consumidor da América Latina. "Esse é um projeto antigo da empresa e tem fortes possibilidades de ser concretizado no próximo ano. Já está previsto um aporte de, aproximadamente, R$ 80 milhões, como parte da nossa política de investimentos traçada para os próximos cinco anos", revelou Kalid.

 

Em decorrência da forte concorrência do mercado interno, o volume de produção não foi divulgado, tampouco a capacidade instalada. Porém, disse ele, Minas Gerais responde pela maior fatia da receita da empresa, cerca de 25%, seguido do Nordeste do país, com 15% de participação. A empresa gera 300 postos de trabalho.

 

Franquia - O sucesso da Água de Cheiro também está atrelado à expansão do setor de franchising no Brasil nos últimos anos, segmento que passou ileso pelos impactos decorrentes da crise financeira mundial. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), esse mercado faturou cerca de R$ 63 bilhões em 2009, expansão de 14,7% em relação a igual período de 2008. Em 2010, a ABF trabalha com a perspectiva de crescimento em torno de 18%. A estimativa abrange o número de redes e de unidades franqueadas, além de faturamento e emprego.

 

Para abrir uma unidade da Água de Cheiro é necessário aporte entre R$ 80 mil e R$ 120 mil, conforme o tamanho e o tipo de loja - rua ou shopping. O faturamento mensal gira em torno de R$ 70 mil e a taxa de rentabilidade do negócio é de quase 25%. O retorno do investimento se dá, em média, dentro de 24 meses, podendo chegar a 36 meses. Ao todo, são gerados quatro postos de trabalho em cada ponto, sendo que no período natalino o número de funcionários dobra.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Grandes redes varejistas crescem mais

As dez maiores redes varejistas instaladas no Brasil crescem em termos de faturamento a um ritmo superior ao do setor co...

Veja mais
Lojas apostam no horário diferenciado

Estratégia é atrair consumidor que recebeu segunda parcela do 13º salário e deixou compras par...

Veja mais
Supermercados esperam melhor Natal dos últimos dez anos

Bom desempenho é consequência da estabilidade da economia, que trouxe mais dinheiro para o bolso dos brasil...

Veja mais
Natal provoca corrida em empresa de entrega

Com a proximidade do Natal, data comemorativa em que as vendas batem recordes, empresas de entrega rápida j&aacut...

Veja mais
Agas alerta sobre preços cobrados por rede varejista

Valor do leite estaria abaixo do praticado pelo mercado   O preço do leite nos supermercados gaúch...

Veja mais
CVC amplia parceria com o Carrefour

A partir do dia 15 dezembro, as 14 agências que operavam com a bandeira Turismo Carrefour passam a atuar com a mar...

Veja mais
Aumenta concentração de redes do varejo no Brasil

Cinco maiores grupos detêm 57% do faturamento do setor, segundo ranking   As cinco maiores empresas do vare...

Veja mais
Lácteos: Possível acordo entre GP e Bom Gosto na berlinda

Foi cancelada a reunião que havia sido marcada para hoje na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abas...

Veja mais
Walmart faz campanha para entrar em Nova York

Varejista tem de driblar resistência de grupos   O Walmart decidiu redobrar seus esforços para dribl...

Veja mais