O setor de cosméticos no país cresce em ritmo acelerado, respaldado principalmente pela demanda do emergente público consumidor das classes C, D e E. Somente em 2009 esse segmento movimentou R$ 25 bilhões, expansão de 15% sobre 2008, e o Brasil, mais uma vez, desponta neste ramo: é o terceiro mercado de cosméticos do mundo, perdendo apenas para o Japão e Estados Unidos.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), outros fatores podem explicar o bom resultado deste setor, como a maior participação feminina no mercado de trabalho, lançamentos de produtos e utilização de tecnologia de ponta nas indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, que faz com que haja um aumento da produção e, por conseqüência, a venda de produtos com preços mais competitivos.
Em meio às perspectivas positivas desse potencial nicho de mercado, a mineira Água de Cheiro, controlada pelo grupo Globalbras S/A, com unidade fabril em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), conclui neste mês um investimento de R$ 100 milhões - sem recorrer a financiamento - na reestruturação do parque fabril, campanhas de marketing, abertura de novas lojas e na inauguração de três Centros de Distribuição (CDs) no país - Contagem, Recife e Distrito Federal.
Uma das estratégias da empresa para manter o crescimento dos negócios será a abertura de lojas. Com 500 pontos de venda no país, a Água de Cheiro prevê a inauguração de outras 115 lojas até o Natal deste ano. Desse total, 10 serão em Minas Gerais, sendo quatro na RMBH.
Na opinião do diretor comercial da Água de Cheiro, Alexandre Kalid, o Natal deste ano será o melhor da história, com previsão de um salto de 400% nas vendas frente a igual intervalo de 2009. "Para o acumulado do ano, esperamos um crescimento de, no mínimo, 40% nos negócios. Hoje, os cosméticos tornaram-se itens obrigatórios na vida das mulheres. Além disso, a procura dos homens por esse tipo de produto, que cresce mês a mês, também tem ajudado a incrementar os negócios", justificou.
Expansão - A holding também prevê a abertura de mais pontos de vendas no próximo exercício. A previsão, segundo Kalid, é dobrar o número de unidades em 2011 e encerrar o ano com, pelo menos, mil lojas espalhadas por todo o país. "Certamente daremos uma atenção especial ao Nordeste", revelou.
O diretor também não descartou a possibilidade de o grupo construir mais um Centro de Distribuição (CD), dessa vez em São Paulo, para dar suporte ao principal mercado consumidor da América Latina. "Esse é um projeto antigo da empresa e tem fortes possibilidades de ser concretizado no próximo ano. Já está previsto um aporte de, aproximadamente, R$ 80 milhões, como parte da nossa política de investimentos traçada para os próximos cinco anos", revelou Kalid.
Em decorrência da forte concorrência do mercado interno, o volume de produção não foi divulgado, tampouco a capacidade instalada. Porém, disse ele, Minas Gerais responde pela maior fatia da receita da empresa, cerca de 25%, seguido do Nordeste do país, com 15% de participação. A empresa gera 300 postos de trabalho.
Franquia - O sucesso da Água de Cheiro também está atrelado à expansão do setor de franchising no Brasil nos últimos anos, segmento que passou ileso pelos impactos decorrentes da crise financeira mundial. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), esse mercado faturou cerca de R$ 63 bilhões em 2009, expansão de 14,7% em relação a igual período de 2008. Em 2010, a ABF trabalha com a perspectiva de crescimento em torno de 18%. A estimativa abrange o número de redes e de unidades franqueadas, além de faturamento e emprego.
Para abrir uma unidade da Água de Cheiro é necessário aporte entre R$ 80 mil e R$ 120 mil, conforme o tamanho e o tipo de loja - rua ou shopping. O faturamento mensal gira em torno de R$ 70 mil e a taxa de rentabilidade do negócio é de quase 25%. O retorno do investimento se dá, em média, dentro de 24 meses, podendo chegar a 36 meses. Ao todo, são gerados quatro postos de trabalho em cada ponto, sendo que no período natalino o número de funcionários dobra.
Veículo: Diário do Comércio - MG