Lojistas aumentam as encomendas para evitar a falta de mercadorias na data mais importante do ano.
A previsão de crescimento de 15% nas vendas do Natal deste ano em relação à mesma época de 2009 levou os empresários do varejo de Belo Horizonte a aumentarem as encomendas e manterem altos seus estoques. O objetivo é evitar prejuízos como os ocorridos no exercício passado, quando muitos lojistas tiveram que fazer novos pedidos às vésperas do Natal, surpreendidos pela recuperação da economia registrada, principalmente, no segundo semestre.
"Em 2010, fizemos uma projeção otimista para evitar a falta de mercadorias, já que nesta época os preços cobrados pelos fornecedores ficam mais altos, além de ser mais difícil o cumprimento dos prazos de entrega", explicou Marcelo Henrique de Almeida, proprietário da Meia de Fio. Segundo ele, que também preside a Associação de Lojistas de Shopping de Belo Horizonte (Aloshopping), as encomendas da sua loja, especializada em moda feminina, foram 5% maiores neste ano ante as realizadas no exercício passado.
Na avaliação de Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, proprietária de uma loja de semijoias e presidente da Associação de Lojistas da Savassi (Alsa), os estoques devem estar preparados para o melhor dos cenários, caso contrário o comerciante corre o risco de não conseguir atender à demanda dos clientes. "Mesmo que estivéssemos com depósitos vazios, não há tempo para fazer reposições, porque os produtos chegariam depois do Natal", argumentou.
Segundo ela, os pedidos deste ano levaram em consideração o movimento das vendas de 2009. "É melhor pecar pelo excesso. Mesmo que não seja dada vazão a todo o estoque, podemos concluir as vendas com as tradicionais liquidações de começo de ano", completou.
Pedro Bacha, presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro, confirma que os depósitos estão cheios e que os varejistas não devem sofrer com falta de mercadorias. "No final do ano passado, tivemos um volume bom de vendas e muitos ficaram com poucos produtos na vitrine. Neste ano, as encomendas já levaram em conta o volume de vendas de 2009, para evitar que o cliente saia da loja sem encontrar o que ele procura", afirmou.
Já Marco Polo Rolim, presidente da Associação de Lojistas do Barro Preto, lembrou que os pedidos no setor de confecção foram feitos em setembro e outubro. E acompanharam a expectativa de crescimento dos negócios. "Nossa projeção é de aumento na faixa de 13% a 15%. E as encomendas vieram nessa proporção de alta. Os estoques estão carregados e não há perspectiva de que falte mercadoria", opinou.
Porém, nas grandes lojas de varejo e de departamento alguns clientes já observam falta de determinados produtos. Para Almeida, da Aloshopping, o perfil dessas empresas é um pouco diferente, já que a logística de produção e distribuição atende a um planejamento nacional. "Como movimentam grandes volumes e possuem pontos de venda em todo o Brasil, a maneira de trabalhar é um pouco diferente. Em alguns casos até existe o produto na central de distribuição. Mas é uma operação mais complexa abastecer todas as unidades", explicou.
Veículo: Diário do Comércio - MG