Menos clientes no Mercadão

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Com preços parecidos aos dos supermercados, consumidor prefere comprar perto de casa


Os preços dos alimentos no Mercado Municipal parecem ter afastado os consumidores do local nesta época do ano. Os comerciantes notaram uma redução do movimento de até 30% em comparação com o mesmo período do ano passado. A justificativa de quem compra é que vale muito mais a pena ir ao supermercado mais próximo, já que os preços são parecidos.

 

Este cenário, segundo o presidente do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), Cláudio Felisoni, não mostra que os alimentos no Mercadão estão mais caros. O que houve foi uma equalização nos valores de uma maneira geral motivada pela maior concorrência. “O consumo cresceu vigorosamente este ano, o que permitiu uma maior disseminação das operações de varejo, ou seja, maior concorrência”, explica Felisoni.

 

Os comerciantes do Mercadão perceberam a queda no movimento e a maioria diz que não vai aumentar os preços para o Natal. “Este ano percebemos um movimento menor. Temos mais concorrência, mais mercados abertos. Não vamos subir mais os preços”, diz Elton Gomes de Abreu, sócio da barraca de frutas Box 32/36.

 

O Comércio de Frutas Paiva segue na mesma trilha. “As frutas não ficaram mais caras. Parece que o Mercadão ainda não está em clima de festa”, diz o representante do box, Arthur Paiva.

 

O gerente do estabelecimento Saporito, Dino Sapori, sentiu que o movimento caiu cerca de 30% este ano. “Temos muito produto e pouca demanda”, afirma.

 

O valor da frutas típicas de Natal ficará estável e pode até baixar, como é o caso do pêssego e da ameixa. “Estas frutas tiveram uma safra bem melhor que a do ano passado, o que deve baixar o preço”, explica o gerente operacional da Casa Gonzales, Carlos Saraiva.

 

Conveniência

 

A queda no movimento do Mercadão tem relação direta com a praticidade. Os consumidores passaram a se preocupar com a comodidade de fazer compras mais perto de casa. “Já que a inflação controlada igualou os preços, as pessoas acabam priorizando a conveniência, fazendo suas compras em locais mais próximos. Mesmo porque, o deslocamento tem um custo”, analisa Felisoni.

 

Foi o que argumentou a pedagoga Lucia Murasaki ao perceber que não ia economizar muito no Mercadão. “Costumo vir aqui para encontrar alimentos mais baratos, mas os preços estão equivalentes aos do supermercado”, diz.

 

“Venho seis vezes por ano e acho que os alimentos estão mais caros. A única diferença de fazer compras no Mercadão, hoje em dia, é que os alimentos tem mais qualidade e variedade do que no supermercado”, completa a dona de casa Eunice Arantes.

 

Veículo: Jornal da Tarde


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