Marcas nacionais reinam absolutas no varejo

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Importante é desenvolver intensa identidade com o consumidor da região e uma ótima execução no ponto de venda.

 

A Associação Brasileira de Atacadistas de Produtos Industrializados (Abad) e a consultoria Nielsen acabam de divulgar o estudo inédito "Marcas em Destaque", que revela as marcas mais vendidas pelo varejo independente, também chamado varejo de vizinhança. O estudo analisou as vendas de empórios, mercearias, padarias e lojas de conveniência, além de lojas de autosserviço que possuem de um a quatro checkouts, em um total de 387,448 mil estabelecimentos em todo o Brasil.

 

"Com esse estudo, procuramos valorizar o desempenho das marcas e categorias de produtos nessas lojas, as quais, em sua maioria, são abastecidas pelo atacado distribuidor. A iniciativa também valoriza a atuação do varejo independente, que desempenha um papel fundamental no atendimento ao consumidor, o qual vem mudando seu perfil e ficando cada vez mais exigente", afirmou o presidente da Abad, Carlos Eduardo Severini.

 

Para o superintendente-executivo da Abad, Oscar Attisano, o estudo constitui um guia prático para ajudar o atacado a balizar seu portfólio de produtos trabalhados para o varejo independente. "O varejista, por sua vez, pode basear-se nesse estudo para avaliar a situação de seu sortimento e checar seu próprio desempenho", comentou Attisano. "Com isso, é possível definir ajustes no mix, sortimento, distribuição, exposição, compras, entre outros aspectos."

 

"Essa pesquisa mostra um perfil inédito do varejo brasileiro e tem três públicos: o atacadista distribuidor, que graças a ela poderá avaliar se as marcas mais vendidas fazem parte ou não do seu portfólio; os fabricantes, que poderão verificar como está a sua marca nesse canal nas regiões; e os varejistas, para os quais o estudo lhes permitirá avaliar se em seu sortimento eles contam com as principais marcas na preferência dos consumidores. Ela é importante porque pode servir como um guia de desempenho e também para a avaliação de sortimento", explicou o analista de Mercado da Nielsen, Guilherme Simon.

 

Pilar - Mas o sucesso de qualquer marca depende de uma boa execução no ponto de venda, afirma o gerente de Atendimento ao Varejo da Nielsen, Olegário Araújo. "Sejam nacionais ou regionais, o importante é desenvolver intensa identidade com o consumidor da região e uma ótima execução no PDV. São essas marcas que o estudo nos revela quando tratamos de maneira distinta o varejo independente."

 

Com o estudo, tanto a indústria como o atacado terão condições de reavaliar as práticas adotadas e aprofundar sua parceria com o objetivo de melhor atender o varejo independente, com o sortimento adequado para cada região do Brasil.

 

O levantamento abrange 95 categorias de produtos e mostra as preferências dos consumidores em sete áreas, em quatro das cinco regiões brasileiras. Para efeito deste estudos, não foram considerados a região Norte do país e os estados de Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Maranhão. Não participaram do estudo bares e drogarias.

 

As categorias de produtos estudadas foram divididas em 11 cestas, e para cada uma delas foi elaborado um ranking com as cinco marcas mais vendidas por região analisada, além de um ranking nacional. Foram analisadas as vendas de um ano móvel fixado entre julho de 2009 e junho de 2010.

 

Grandes marcas - As grandes marcas, tradicionais líderes de vendas, reafirmam sua força no varejo independente de todas as regiões do país em categorias como iogurte, azeite, temperos e molhos prontos, café solúvel, adoçante, maionese e creme dental, entre outras. O estudo revelou que em 23 das 95 categorias as marcas nacionais reinam absolutas em todas as sete regiões e no Brasil.

 

As marcas que se mantiveram no primeiro lugar em vendas em pelo menos seis das sete regiões pesquisadas foram as canetas BIC na categoria Instrumentos de Escrita; Danone (Iogurtes); Melitta (Filtros de papel); Sadia (Pizzas); Prestobarba (Lâminas de barbear); Veja (Concentrado de limpeza); Colgate (Creme dental); ZeroCal (Adoçante); Lux (Sabonete); Ypê (Sabão em barra); Nescafé (Café solúvel); Nestlé (Creme de leite); Ninho (Leite em pó); Nissin (Massa instantânea); Yakult (Leite fermentado); Maxi Danoninho (Petit suisse); Super Bonder (Cola); Royal (Fermento químico); Bombril (Lã de aço); Matte Leão (Chás); Ades (Bebidas a base de soja); Knorr (Caldos); Rexona (Desodorantes); Ypê (Detergente líqüido); Hellmann’s (Maionese); Qualy (Margarinas); Seda (Xampu); Seda (Pós-xampu); Omo (Sabão em pó); Sazón (Temperos); Ruffle’s (Salgadinhos); Coqueiro (Peixe enlatado); Toddynho (Leite saborizado); Maisena (Complemento alimentar); SBP (Inseticida); Pinho Sol (Desinfetante); Halls (Drops, caramelos e pastilhas); Trident (Goma de mascar); Gallo (Azeite); Elefante (Extrato de tomate);

 

Regionalização - As marcas regionais aparecem com destaque no estudo e chegam a desbancar a liderança das grandes em itens como arroz, fraldas descartáveis, biscoitos, álcool,áaçúcar, massas e parte dos produtos de limpeza. Essas marcas que atuam concentradas em partes do Brasil geram empregos locais e muitas vezes são motivo de orgulho em suas cidades de origem.

 

O Nordeste oferece muitos exemplos de marcas regionais que são sucesso de vendas. Nomes como Vitarella (massa alimentícia); Olho D’Água (açúcar) Santa Cruz (álcool), Maratá (suco em pó); Bryo (cera para piso); Sonho (amaciante de roupas); Lineabella (vassouras); Emoções (arroz); Sapeka (fraldas descartáveis); Dragão (água sanitária) e Fortaleza (biscoitos) podem ser desconhecidos na maior parte do país, mas ocupam as primeiras posições nas vendas realizadas pelo varejo independente na região que vai da Bahia ao Ceará.

 

O fenômeno também ocorre na região Sul do país, onde despontam nas primeiras posições em vendas a água mineral Charrua, os biscoitos Isabela e o álcool Da Ilha. Em Minas Gerais e Espírito Santo, a pesquisa apontou a preferência pela água mineral Passa Quatro e pelos frios Pif-Paf, enquanto no Centro-Oeste a cera para piso Politriz e as marcas de açúcar Rei e Estrela despontam como campeões de vendas.

 

O atacado distribuidor brasileiro representa 52,2% das vendas do varejo mercearil e movimenta cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O varejo independente, que corresponde a quase um milhão de pontos de venda em todo o país, é seu principal cliente. O segmento apresentou, em 2009, um faturamento de R$ 131,8 bilhões - um crescimento real de 4,1% em relação a 2008. A expectativa para 2010 é crescer 6%.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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