Segmento atacadista espera fechar o ano com R$ 149 bi

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A rede atacatista Assaí, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), inaugurou sua 57ª unidade ontem (16) às margens da Marginal do Tietê, em São Paulo, ao celebrar a triplicação de sua atuação no mercado atacadista. Em 2011 o grupo deve receber aportes de no mínimo R$ 200 milhões para abertura de 20 novas unidades. A empresa faz parte do segmento que deverá fechar 2010 na casa dos R$ 149,9 bilhões, 10% mais do que o registrado em 2009.

 

A concorrência acirrada entre redes como Makro, Assaí, Tenda e Roldão gera a estimativa das empresas de fechar 2010 com crescimento médio de 10% em seu faturamento. De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), para 2011, a expectativa é de o segmento continuar a crescer na casa dos dois dígitos, ainda mais por conta da concorrência com as redes que atuam no atacado e no varejo (os "atacarejos", como são popularmente conhecidos).

 

No caso do Assaí, a unidade inaugurada, a 17ª em 2010, faz parte de um amplo plano de expansão da rede, que espera abrir 20 novas lojas em 2011. Para a nova unidade, que fica ao lado de um hipermercado Extra - também membro do GPA - foram investidos R$ 12 milhões. "Esse modelo de hipermercado, ao lado do Extra, faz parte de uma nova política de agregar dois grandes nomes em um mesmo espaço. Dessa forma, o comerciante pode fazer compras para seu estabelecimento, enquanto sua esposa faz as compras mensais do lar", afirmou José de Melo, diretor de Operação da rede Assaí.

 

A rede, que se associou ao GPA em 2007, quando possuía 14 lojas, já passou, em três anos, a 57 unidades, triplicando seu tamanho. "Esse crescimento fez com que pudéssemos triplicar o faturamento. Em 2009 faturamos R$ 3,5 bilhões", afirmou Melo, que preferiu não adiantar números para o ano que vem. "Vamos fechar o balanço deste ano, e depois fazer projeções de faturamento."

 

Este ano o GPA investiu cerca de R$ 200 milhões no grupo Assaí. "Ano que vem, com a perspectiva de abrir 20 novas unidades, a expectativa é de que sejam investidos no mínimo mais R$ 200 milhões", afirmou o executivo.

 

Quanto a novos públicos, expansão para o nordeste e foco na classe C, Melo foi enfático. "Vivemos um otimismo econômico, e como todos os nossos concorrentes estão crescendo, estamos entrando com tudo, crescendo junto, em busca de novos públicos", disse. No segundo semestre, o Assaí inaugurou duas novas unidades em Brasília (DF) e uma em Goiânia (GO).

 

Setor

 

A associação estima ainda que haja hoje no Brasil mais de mil pontos-de-venda atacadistas com amplas chances de ampliação nos próximos anos. A crescente economia brasileira, somada ao incentivo do pequeno e médio negócio, para especialistas do setor, é a grande engrenagem para o setor.

 

Para o presidente da Abad, Carlos Eduardo Severini, o fato de as distribuidoras fazerem a ponte entre a produção e o consumo faz delas um espelho desses setores econômicos. "Em todo o País há espaço tanto para empresas que trabalham em âmbito nacional como para as que focam mercados regionais", relata Severini. De acordo com ele, o mercado de pequenos estabelecimentos comerciais independe de crédito, o que o torna menos vulnerável a oscilações. Além disso, entre os produtos trabalhados pelo atacado distribuidor estão vários itens de consumo obrigatório, como a cesta básica.

 

De acordo com Nelson Barizzelli, professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em perfil do comércio, o segmento atacadista deverá crescer em grande escala através do norte e nordeste do Brasil. "Hoje, o norte e nordeste crescem em ritmo chinês", disse.

 

"Liderados pelos melhores salários, pequenos mercados já apostam em vendas nessas regiões e isso abastece o mercado atacadista de forma muito graúda", continuou. No ano passado, aproximadamente 22% dos consumidores fizeram compras em comércios atacadistas, mas, segundo Severini, o número de 2010 deve subir seis pontos: 28%. "Em 2011 a tendência é continuar aumentando", afirmou, e continuou: "Os preços chegam a ser até 10% menores do que no varejo, em supermercados e farmácias, entre outros", diz Barrizzelli.

 

De acordo com o acadêmico, atacadistas conseguem oferecer produtos com preços reduzidos porque muitos deles cobram uma anuidade do cliente, o que funciona como capital de giro para a empresa se financiar.

 

Veículo: DCI


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