Indústria de calçados nacional faz frente ao produto chinês

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A indústria brasileira de calçados tem revertido a fraca performance de anos anteriores e ensaia uma recuperação para fazer frente aos produtos importados e até mesmo ganhar mercado no cenário internacional. A alta das exportações atingiu este ano 14,2%. Empresas como a Vulcabrás, controlada pelo Grupo Grendene, e Calçados Pegada estão entre as companhias que estão no encalço dos produtos chineses, ambas organizações registraram forte crescimento em suas balanças comerciais e seguem com investimentos para atender tanto a demanda interna quanto a externa.

 

A Vulcabrás, detentora de marcas de sandálias como Azaléia de Dijean e de tênis como Olympikus e Reebok, cuja produção anual é de 95 milhões de pares e que exporta para mais de 60 países, cresceu 37,9% no terceiro trimestre do ano, alavancada principalmente pelo consumo interno. Já no mercado externo, seu desempenho em dólares registrou uma evolução de 42,2% no mesmo período em comparação ao ano anterior. Até setembro, a companhia avançou 43,2%.

 

A perspectiva para o último trimestre do ano é otimista. "O Natal promete ser o melhor já visto no Brasil em termos de vendas de varejo. Estamos muito otimistas e continuaremos a investir, gerar emprego e renda não só no Brasil, mas em todos os países onde a empresa atua", disse o presidente da empresa, Milton Cardoso.

 

Esse otimismo do executivo tem como base a evolução apresentada em 2010 ante 2009. De acordo com os dados do último balanço da Vulcabrás, referentes ao terceiro trimestre, a receita líquida alcançou R$ 560,4 milhões, crescimento de 37,9%. A receita bruta somou mais de R$ 1 bilhão. O faturamento aumentou 46% e o número de pares vendidos avançou 23,2%, na mesma base de comparação. Desse total, o mercado interno respondeu por 85,5% da receita total.

 

Expansão

 

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), até outubro, foram embarcados 119,3 milhões de pares, que levaram a um faturamento de US$ 1,2 bilhão. No ano passado foram vendidos 104,4 milhões de pares no mercado externo, com receita de US$ 1,1 bilhão.

 

No topo da lista entre os destinos da produção brasileira para o exterior estão os Estados Unidos, com receita de US$ 296,7 milhões, resultado do acréscimo de 18,8% na quantidade de pares vendidos em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Reino Unido ocupa a segunda posição nas transações externas de calçados brasileiros, em faturamento, com US$ 155,3 milhões, decorrente do incremento de 5,1% no número de pares exportados. A Argentina, maior destino dos produtos Vulcabrás no exterior, segue no terceiro lugar, com a aquisição de 11,9 milhões de calçados e faturamento de US$ 142 milhões ao longo de 10 meses.

 

De olho no estado da Bahia, que ocupa a quarta posição em volume e faturamento das exportações nacionais - com receita de US$ 79,3 milhões -, está a fabricante gaúcha Calçados Pegada, que em 2011 vai ampliar sua capacidade de produção, tanto no Rio Grande do Sul quanto no estado da Região Nordeste.

 

"Para acompanhar o ritmo de crescimento da indústria, a direção decidiu investir na expansão da unidade baiana, que terá mais um pavilhão de quatro mil metros, aumentando a capacidade de produção para 10 mil pares ao dia" afirma o diretor Comercial da empresa, Astor Ranft.

 

A construção do novo prédio, em Dois Irmãos, começa em janeiro com a previsão de início das operações no segundo semestre de 2011. Com a nova planta, a empresa somará quatro unidades fabris e crescimento projetado de 20% para o ano que vem. O aporte programado, segundo o diretor comercial da companhia, ficará abaixo dos R$ 10 milhões.

 

Especializada em calçados masculinos em couro, a empresa conta com cerca de dois mil funcionários. Os resultados da companhia em 2010 revelaram um incremento de 30%, com a produção de 11 mil pares por dia. A empresa possui três linhas: sapatos casuais (com 20% do total de modelos), sapatênis (com 40% de participação) e sandálias (40%). As exportações da marca em 2010 foram de 8% do total produzido. A valorização do real frente ao dólar foi o impeditivo para que as vendas ao exterior fossem maiores.

 


Veículo: DCI


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