O pãozinho virou um "pãozão"

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DIÁRIO foi às ruas e constatou que, na média, o pão está maior desde que começou a ser vendido a peso em setembro de 2006

 

Antes vendido por unidades de 50 gramas e há quatro anos sendo disponível apenas por peso, o pão francês, um dos mais tradicionais alimentos consumidos no café da manhã pela maioria dos brasileiros, aumentou de tamanho.

 

Levantamento feito pelo DIÁRIO em 25 padarias de todas as regiões da capital revela que o pãozinho, na média, está maior do que há quatro anos. Se antigamente o padrão deveria ter  50 gramas a unidade, hoje seu peso encontra-se com 57 gramas, em média.

 

Porém, a variação ainda é maior quando se percorre as padarias da cidade. O DIÁRIO encontrou o menor pão, com 43 gramas, em Santana, na Zona Norte, e o maior, com 72 gramas, em Pinheiros, na Zona Oeste. Uma variação de aproximadamente 60%.

 

Recomendações

 

Rodrigo Chaluppe, engenheiro de alimentos do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan - SP), recomenda que o pão seja consumido entre duas e três horas após ter saído do forno. "Depois desse período, ele perde um pouco da crocância e textura. Mas, mesmo assim, pode ser consumido", explica.

 

Raquel de Paula Delgado, nutricionista e especialista em nutrição clínica, diz que o pãozinho deve ser consumido com moderação. "Ele tem muito carboidrato, é carente em fibras e ainda possui cerca de 2% de gordura trans", afirma.

 

Para ela, por dia, nada mais do que comer um pão francês de cerca de 50 gramas. "Mais do que isso é muito amido, que é difícil de ser quebrado pelo organismo e, como resultado, pode ocorrer picos de glicose no sangue", explica.

 

Com os pães menores do que 50 gramas, Raquel recomenda atenção. "A sensação de estar saciado é menor e a pessoa acaba comendo mais do que um", diz ela, que sugere trocar o pão francês pelo pão integral. "Ele tem mais nutrientes".

 

Alimento  ainda é pesado junto com  embalagem

 

Segundo o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem - SP), o pão francês não pode ser pesado junto com a embalagem. De acordo com o orgão, o peso dela deve ser descontado na balança (tara). São cerca de quatro a seis gramas a ser retirado do peso final. 

 

No entanto, das 25 padarias pesquisadas pelo DIÁRIO em todas as regiões da cidade, apenas cinco delas descontavam a tara em suas balanças.

 

Na Zona Sul, por exemplo, apenas a Padaria Juriti, em Moema, descontava a embalagem na pesagem. Mesmo o Carrefour, em Santo Amaro, pesava o produto com ela.

 

Já na Zona Oeste, nenhuma das padarias da pesquisa descontou a tara na pesagem.
 


A região Norte também apresentou somente uma padaria que respeita o desconto da tara: a Favos de Mel, na Casa Verde.
 


A  Padoka Panetteria, na Zona Leste, foi a única a descontar o peso das embalagens, conforme o Ipem - SP orienta.

 

Na região central, a Palma de Ouro e a Marajá respeitaram o desconto da tara.

 

Este problema torna-se relevante se o consumidor for comprar um pãozinho de 44 gramas, por exemplo. O preço do pão pode encarecer até 15%.

 

Na Zona Leste está o pão mais pesado


A pesquisa realizada pelo DIÁRIO constatou que o pão vendido na Zona Leste da cidade é o mais pesado dos locais pesquisados. Lá, ele não sai por menos de 58 gramas. Este é o valor mais leve, vendido na Padaria da Mooca. Já o mais pesado, 69 gramas, foi encontrado na Padaria Maria Luiza, na Vila Prudente. Há também números intermediários, entre 59 e 67 gramas. 56 reclamações em 2010 o Ipem recebeu sobre o pão.

 

Veículo: Diário de S.Paulo


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