Serão vedetes produtos de fabricação própria para as festas de final de ano.
As padarias e confeitarias de Belo Horizonte apostam em um incremento de até 30% nas vendas de dezembro de 2010 na comparação com o mesmo mês de 2009. Segundo empresários do setor, a comercialização de produtos de fabricação própria para as festas de final de ano, como panetones, pães artesanais e tábuas de frios, é a principal aposta para alavancar os negócios.
Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria, Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de Minas Gerais (Sip/Amip), Luiz Carlos Caio Xavier Carneiro, que também é proprietário da padaria Boníssima, com duas lojas na região Centro-Sul da Capital, as vendas do último mês deste ano devem ser, pelo menos, 30% superiores às registradas em dezembro de 2009. Na comparação com meses normais, o incremento chega a 60%.
A grande aposta da Boníssima, segundo Carneiro, está na fabricação de panetones diferenciados e na elaboração das tradicionais cestas de Natal, cujos preços variam de R$ 70 a R$ 3,5 mil. "Este é um mês muito importante para os negócios do nosso segmento, naturalmente impulsionados pela comercialização de produtos sazonais. A criatividade pode ser uma grande ferramenta para alavancar as vendas na medida em que ofertamos produtos diferenciados e a preços competitivos", analisou.
Segundo Carneiro, as encomendas de cestas natalinas começaram mais cedo neste ano e, no final de novembro, chegaram os primeiros pedidos. "Como há uma demanda muito grande neste período, os consumidores mais precavidos se anteciparam para garantir produtos de qualidade", disse.
As duas lojas da Boníssima geram 100 empregos diretos e outros 10 temporários já foram contratados para dar suporte ao aumento de demanda decorrente das vendas de fim de ano.
Sazonalidade - Na panificadora Roma Plus, com cinco lojas em Belo Horizonte, as vendas de final de ano também são impulsionadas pela comercialização de panetones e cestas de Natal. Na Roma, o preço das cestas natalinas varia entre R$ 40 a R$ 200.
De acordo com o proprietário da Roma Plus, José Luiz de Oliveira, apesar dos panetones serem comercializados durante todo o ano, a procura pelo produto cresce 50% em novembro e dezembro. A expectativa, segundo ele, é de que as vendas do último mês de 2010 registrem incremento de 25% ante o mesmo mês de 2009. Em relação aos meses que não contam com datas comemorativas, ele disse que a estimativa de crescimento das vendas é da ordem de 40%.
A Roma Plus gera 300 empregos diretos e não há contratação de mão de obra temporária neste final de ano. Segundo Oliveira, embora ainda não haja definição, se os negócios se mantiverem aquecidos, novas contratações deverão ser realizadas no primeiro semestre de 2011.
Segundo o proprietário da padaria Antoine, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, Antonio de Pádua, o panetone artesanal é a principal forma de atrair os consumidores e aumentar ainda mais as vendas. O segredo, segundo ele, é oferecer preços mais competitivos em relação às grandes marcas disponíveis no mercado, sem comprometer a qualidade. "Nos produtos próprios utilizamos os mesmos ingredientes das marcas top of mind e ainda conseguimos preços até 50% mais baixos o que, inevitavelmente, agrada muito os consumidores. No nosso caso, optamos pela fabricação de pães especiais", disse.
Na Antoine a expectativa é de que as vendas de dezembro deste ano sejam 15% superiores às do idêntico mês do exercício passado. Já em relação aos meses sem data comemorativa a alta chega a 25%. Ao todo, o estabelecimento gera 40 empregos diretos e não serão feitas contratações temporárias para atender a demanda do Natal.
De acordo com dados da Sip/Amip, com 7 mil empresas filiadas, o setor deverá faturar R$ 4,5 bilhões no Estado neste ano, 12% a mais em relação ao montante movimentado no exercício anterior. Ao todo, o segmento emprega 170 mil trabalhadores só em Minas Gerais.
Veículo: Diário do Comércio - MG