Com apenas uma semana desde o início da colheita, as vinícolas do Sul do país -região responsável por 90% da produção nacional- estimam volume recorde e um salto em qualidade para a safra deste ano.
Cerca de 640 mil toneladas de uva devem ser colhidas em 2011 caso as condições climáticas se mantenham estáveis, segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho). Se confirmado, o volume representará um crescimento de 22% em relação às 527 mil toneladas de 2010.
Será também a maior colheita já registrada, ultrapassando as 634 mil toneladas de 2008. Em qualidade, o presidente do Conselho do Ibravin, Júlio Fante, projeta uma safra igual ou superior à de 2005, considerada a melhor da década.
O fenômeno La Niña, que leva prejuízos a algumas regiões produtoras de grãos, tem efeito contrário sobre os parreirais e é responsável pela maior produtividade. O clima mais seco beneficia a produção de uvas com maior concentração de açúcar.
Segundo o enólogo Gabriel Carissimi, da Cooperativa Vinícola Garibaldi, a quantidade de açúcar está 20% superior à da safra 2010.
A vinícola, que recebeu dos cooperados 35 toneladas de uva na semana passada, espera encerrar a colheita, no final de março, com 13 mil de toneladas, um crescimento de 5%.
A Vinícola Perini, de Farroupilha (RS), também recebeu as primeiras 30 toneladas de uva desta safra com qualidade "excepcional", segundo Benildo Perini, presidente da empresa.
A Perini estima um crescimento de 20% em relação à safra passada, para 12 mil toneladas de uva, com a produção de vinhos, espumantes e sucos aumentando na mesma proporção.
Além do maior volume, os preços estão melhores neste ano. Em dezembro, o Ministério da Agricultura reajustou o preço mínimo da uva para a atual safra em 13%.
Veículo: Folha de S.Paulo