Chuva já afeta preço de produto agropecuário

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Na segunda quadrissemana do mês, alta no atacado foi em média de 2,44%; na primeira quadrissemana, o aumento foi de 1,71%
 


As chuvas do início do mês já provocam estragos nos preços dos produtos agropecuários no atacado. Na segunda quadrissemana de janeiro, legumes, frutas, grãos, carnes, leite e ovos subiram, em média, 2,44%, segundo o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, apurado pela Secretaria da Agricultura.

 

Foi a segunda aceleração consecutiva do indicador. Na primeira quadrissemana, a elevação havia sido de 1,71%. O movimento de alta dos preços dos produtos agropecuários no atacado é um indicador antecedente importante da inflação no varejo. Normalmente quando os preços sobem para o produtor, nas semanas seguintes as cotações seguem a mesma tendência para o consumidor final.

 

Os técnicos do Instituto de Economia Agrícola responsáveis pelo indicador ressaltam que, além dos fatores que já vinham pressionando os preços agrícolas nas últimas semanas, como a escassez de oferta no mercado internacional para alguns produtos e a aceleração das exportações para outros, as recentes chuvas contribuíram para agravar a situação dos preços.

 

O campeão de alta foi o tomate. O preço do produto no atacado subiu nada menos que 80,94% na segunda quadrissemana deste mês, depois de já ter aumentado 54,67% na quadrissemana anterior. A demanda aquecida combinada com safra menor foi agravada pelas perdas provocadas pelas chuvas das últimas semanas. A caixa de tomate com 22 quilos foi vendida a R$ 21,33, ante R$ 11,79 na quadrissemana anterior.

 

Os temporais também afetaram a colheita e, consequentemente, os preços tanto da laranja para mesa como da fruta para indústria. O indicador mostra que os preços da laranja para consumo in natura subiram 4,19% na segunda quadrissemana e a fruta para a indústria ficou 1,31% mais cara no período.

 

A vice-liderança do ranking de alta de preços foi ocupada pelo café, cujas cotações subiram 14,70% na segunda quadrissemana deste mês. Consumo interno e externo aquecidos combinado com estoque menor e redução da safra da Colômbia resultaram na alta de preços, explicam os responsáveis pelo indicador.

 

O quadro de escassez de oferta é semelhante para o milho, que ficou 7,17% mais caro no período. Estoques mundiais baixos e expectativa de que a oferta do grão se normalize só no fim do primeiro trimestre com a entrada da nova safra sustentaram a alta das cotações.

 

Carnes. De 20 preços de produtos pesquisados, nove subiram na segunda quadrissemana, dez recuaram e apenas um, o algodão, ficou estável. As altas ficaram concentradas nos produtos de origem vegetal, que subiram 3,75% no período e superaram a média do indicador (2,44%).

 

A carne de frango foi a única entre as proteínas animais que teve alta de preço na segunda quadrissemana. A elevação foi de 5,17%. O aumento das exportações e a maior procura pelo produto no mercado interno em substituição às outras carnes foram os fatores que puxaram para cima as cotações.

 

Já os preços das carnes bovina e suína caíram 2,03% e 10,26%, respectivamente. Mesmo assim, o nível continua elevado.

 

Carros-chefes

 

80,94%
foi a alta do preço do tomate na segunda quadrissemana de janeiro, o campeão de alta

14,7%
foi o aumento do preço do café, vice-líder no ranking de maiores altas, por causa da combinação de estoque interno maior e redução da safra da Colômbia

5,17%
foi a porcentagem de alta no preço da carne de frango, a única que subiu no período

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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