Fabricantes brasileiras de calçados comemoram os bons resultados obtidos no ano passado e projetam crescimento para este ano. Segundo as fabricantes de calçados femininos Piccadilly e Ramarim, as medidas antidumping contra os calçados chineses foi um divisor de águas nos resultados das empresas.
De acordo com o diretor comercial da Picadilly, Marlon Martins, a empresa cresceu 20% no faturamento em 2010 e prevê mais 25% de incremento nos negócios para este ano. A produção de 60 mil pares diários já não consegue atender a demanda. "Vamos terceirizar parte de nossa produção neste ano. Com isso, esperamos aumentar em 10% a produção", explica Martins. Segundo ele, as quatro unidades fabris do grupo, localizadas no Rio Grande do Sul, estão no limite da capacidade. "Vamos analidar a demanda em 2011 Até o fim do ano que vem, creio que necessitaremos ampliar nossas fábricas", diz. ele.
Martins explica que, ao contrário do que acontece com outras fabricantes brasileiras, que perderam campo nas exportações, pela desvalorização do dólar e a falta de competitividade com os produtos chineses, a companhia mantêm percentual de 30% de toda a produção destinada àsvendas externas, negociadas em mais de 90 países. "Temos contratos e negócios fora do País há muito tempo. Hoje está mais difícil, mas mantemos nossos acordos", diz. Ele acrescenta ainda estar em negociação com países árabes, como a Tunísia e o Egito, para iniciar vender seus produtos.
A Piccadilly, que faturou em 2010 R$ 270 milhões, investe em nova categoria - a linha infanto-juvenil de calçados femininos. Nesta linha, o crescimento projetado é de 8% para o ano. "Pensamos em fidelizar a nossa cliente desde pequena" , afirma Martins.
Em relação a competição com os produtos chineses, Martins é enfático: ela não causa muito impacto,já que os calçados chineses são de qualidade e valores mais baixos. "Calculo em torno de 8% o total de perdas com esta concorrência desleal", conta.
Já a Ramarim, também de origem gaúcha, afirma que as medidas tomadas pelas entidades de classe para combater a concorrência chinesa no mercado interno têm tido bons resultados. Isso porque a companhia investe 5% do faturamento em desenvolvimento de novas tecnologias para agregar valor aos seus produtos. Porém, no mercado externo as vendas passaram de 15% em 2007 para 6% atualmente.
Demanda
De acordo com o diretor administrativo da Ramarim, Jakson Wirth, a demanda interna continua em franca expansão com aumento de 25% projetado para 2011. "Estamos trabalhando com nossa capacidade máxima. A unidade fabril, inaugurada na Bahia em agosto do ano passado, passa por estudos para ampliação de 15% na produção", afirma ele.
A fabricante Ramarim, produz cerca de 50 mil pares de calçados femininos diariamente. Há cerca de dois anos, a empresa criou a marca Comfortflex com apelo a calçados femininos de maior conforto e tecnologia. Hoje, a marc a já responde por 20% do faturamento do grupo.
Veículo: DCI