Varejistas do Rio mudam logística por causa das chuvas

Leia em 2min

As fortes chuvas que devastaram parte da região serrana do Rio de Janeiro mudaram a logística de varejistas fluminenses. A falta de produtos na região, tradicional fornecedora de verduras e legumes, levou supermercados e hortifrutis a buscar alternativas.

 

"Montamos uma verdadeira operação de guerra", diz Tiago Miotto, presidente da rede Hortifruti, dona de 20 lojas no Estado do Rio. As chuvas destruíram um dos centros de distribuição da empresa, em Vieira, entre as cidades de Teresópolis e Nova Friburgo. A Hortifruti alugou um outro local no município para voltar a operar esta semana e buscou hortaliças em São Paulo e no Espírito Santo.

 

Por se tratar de novos fornecedores, segundo Miotto, foi preciso enviar uma equipe aos Estados para comprar pessoalmente os produtos. "É inevitável encontrar não só pouca quantidade, mas baixa qualidade", diz ele. Os 40 fornecedores da região serrana do Rio, afirma, estão entregando apenas a metade do volume normal. O esforço está em manter o mesmo nível de vendas e oferecer alternativas para o consumidor, diz Miotto. A rede prevê fechar o ano com faturamento de R$ 506 milhões.

 

O preço das hortaliças, por sua vez, "ficou maluco", diz Miotto. "Uma caixa de alface que era comprada por R$ 10 passou a custar R$ 60", afirma. Para o consumidor, o valor subiu entre 25% e 30%. "Mas nesta semana, os preços estão voltando ao normal".

 

Nas 30 lojas da rede de supermercados Prezunic na região metropolitana do Rio, o valor das verduras aumentou até 60%. "Repassamos a alta que tivemos dos fornecedores", diz Genival Beserra, diretor do Prezunic. "Deixamos de comprar de fornecedores do Ceasa, por exemplo, que estavam cobrando três vezes mais pelo produto, porque o preço seria abusivo para o consumidor". Segundo Beserra, o volume vendido na rede caiu pela metade. "Os nossos fornecedores conseguiram salvar a produção que estava coberta, dentro dos galpões", diz o executivo.

 

Na rede de supermercados Zona Sul, as vendas legumes, verduras e produtos orgânicos caíram 20%. Mas segundo o diretor comercial, Pietrangelo Leta, a empresa busca novos fornecedores no interior paulista. "Estamos negociando condições favoráveis para evitar o reajuste", diz. Outra opção é ampliar a oferta de produtos hidropônicos, que possuem água como base de produção, no lugar da terra.

 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Cadeia plástica contesta força da Braskem no Cade

Quase um ano depois do anúncio da compra da Quattor pela Braskem e Petrobras, a Abiplast (Associaçã...

Veja mais
Eletroletrônicos lideram desejo de consumo na cidade de São Paulo

Os eletroeletrônicos lideram as intenções de compra dos consumidores no primeiro trimestre, tanto na...

Veja mais
Cresce importação de substitutos para algodão

Fibras artificiais devem ocupar 10% do mercado da pluma na indústria têxtil e de fiação &nb...

Veja mais
No lugar de apartamentos, hortaliças

Projetos de fazendas verticais, onde é possível produzir alimentos em edifícios, começam a s...

Veja mais
Algodão: preço favorece quem não antecipou venda

De meados do ano passado até agora, rentabilidade projetada para lavoura quase dobrou, segundo analista   ...

Veja mais
Nordeste atacadista

O Nordeste dobrou a sua participação no comércio brasileiro no atacado nos últimos dois anos...

Veja mais
Primeira sessão do Cade do ano tem 56 casos na pauta

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) inicia hoje o ano com uma pauta diversificada e ainda com alg...

Veja mais
Pão de Açúcar aposta em material escolar

Com a expectativa de vender 10% a mais do que no ano passado no período voltas às aulas, o Grupo Pã...

Veja mais
O DNA "fashion" da Mundial

Tradicional fabricante de tesouras e alicates aposta em produtos de beleza e começa a atuar no varejo pela primei...

Veja mais