Material escolar pode custar uma mensalidade a mais

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Levantamento indica grande variação de preços, principalmente em artigos de papelaria; saída é pesquisar e batalhar por descontos

 

Comprar a lista completa de material escolar de muitos colégios particulares chega a custar para os pais o preço de uma mensalidade extra, segundo levantamento feito pelo Estado.

 


Os livros costumam ser a parte mais cara da lista - variam de R$ 800 a R$ 1,1 mil para o último ano do ensino fundamental em escolas de São Paulo que cobram mensalidades na faixa de R$ 800 a R$ 2 mil. A parte de papelaria gira em torno dos R$ 250 se não forem escolhidas as marcas mais caras - apenas um fichário pode custar R$ 190; o preço de um compasso varia de R$ 3 a R$ 59.

 

Em colégios do Rio, a situação não é diferente. O gerente do Senac Vinicius Leite conta que gastou R$ 1,9 mil para cumprir a lista de seu filho, no 6.º ano do tradicional colégio São Bento. É o valor que paga de mensalidade. "Não questiono a necessidade. A questão é que preciso comprar, então as editoras põem o preço que quiserem", reclama Leite. "Mesmo trabalhando em uma instituição de ensino não consigo descontos."

 

Em São Paulo, a dona de casa Jacqueline Lanfranchi, de 43 anos, procurou sebos na internet para gastar menos com a compra do material de seus filhos, no 3.° e 9.º ano do fundamental no Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida. "No ano passado comprei tudo novo e gastei mais", diz Jacqueline.

 

Se não fosse sua "estratégia", gastaria mais de R$ 1,6 mil para o material dos dois, o que dá quase o preço das mensalidades somadas: R$ 1,9 mil. Ela conta que um livro de R$ 87 saiu por R$ 5 no sebo. "O material de papelaria eu compro na Rua 25 de Março."

 

Apesar de ser um gasto esperado, Jacqueline considera que o material pesa no orçamento da casa. "É um preço alto e ainda tem o uniforme. Cada camiseta custa cerca de R$ 40, um moletom sai por R$ 80."

 

Ao comprar artigos para quatro de uma vez - seus três filhos e o enteado -, a empresária Viviane de Souza Santos diz conseguir bons descontos. Mas também pesquisa muito. Este ano, gastou R$ 590 para os quatro em material de papelaria. O preço teria sido quase o dobro não fossem os descontos. "Ficaram faltando alguns itens que a loja não tinha. Como eles foram juntos, acabei gastando um pouco mais porque deixei comprarem algumas coisas que queriam", admite.

 

Na lista, a escola Renovação sugere algumas marcas, mas ela preferiu comprar de acordo com o gosto dos filhos. "Comprei algumas coisas que estavam com preço bom, como lápis de cor de personagem. Eles gostam de chegar no primeiro dia com material novo. Mas não comprei tudo que eles queriam, expliquei que não tinha necessidade." Como os livros são tabelados, ela deixa para comprá-los em uma livraria indicada pela escola.

 

Qualidade. Além de fazer pesquisa de preço, os pais também devem se preocupar com a segurança dos materiais. Segundo Alfredo Lobo, diretor do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), mesmo produtos aparentemente inofensivos podem representar riscos. "Há produtos que, quando quebram, formam pontas cortantes; alguns com substâncias que causam alergia em crianças", cita o especialista. Tintas com metais pesados e certos tipos de plástico podem causar problemas neurológicos e câncer.

 

De forma voluntária, alguns produtos escolares possuem o selo do Inmetro, mas uma portaria de dezembro torna a certificação obrigatória. Com isso, canetas, apontadores, tintas, massinhas, estojos, pastas, mochilas precisarão ter o selo do para serem vendidos no mercado brasileiro. Ficam de fora da lista livros e cadernos. O prazo para que todos os materiais saiam das fábricas com a aprovação do Inmetro é de um ano e meio. Os comerciantes terão mais dois anos para esgotarem seus estoques.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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