Marcas próprias crescem, mas ainda são 4,8% das vendas

Leia em 4min 30s

Marcas próprias estão em ascensão no varejo brasileiro, e ainda têm espaço para crescer no gosto dos clientes e nas prateleiras do varejo. A participação nas vendas gerais do setor, no entanto, ainda é proporcionalmente modesta. O segmento responde por 4,8% do mercado varejista, que em 2009 obteve um faturamento de R$ 177 bilhões. São mais de 330 as empresas - entre supermercados, atacadistas e farmácias - que investem no segmento , segundo o 16º Estudo Anual de Marcas Próprias elaborado pela Nielsen. Redes como Walmart, Grupo Pão de Açúcar (GPA) e Carrefour, entre outros, impulsionam o setor.

 

No passado, os produtos de marca própria eram vistos como algo sem qualidade e neste momento o consumidor começa a perceber o contrário. Segundo dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), o mercado continua em crescimento e acompanha tendências mundiais. A entidade afirma ainda que o estigma que marca própria não são produtos com qualidade está acabando devido as criação de marcas premium.

 

Com produtos que hoje buscam oferecer mais qualidade, o segmento ganhou visibilidade. Agora o próximo passo do setor, segundo a entidade, é continuar agregando valor aos produtos, como já fazem marcas como Taeq, do Pão de Açúcar, e Viver, do Carrefour, para citar alguns exemplos.

 

Informações da Nielsen indicam que no ano passado o mercado possuía 65.880 itens na categoria de marcas próprias, ou seja, um aumento de 18% em relação a 2009. Isso aponta que os produtos não estão sendo consumidos apenas pelas classe C e D mas sim de forma democrática, o que depende do posicionamento de cada marca.

 

De forma geral, um dos papéis das marcas próprias é permitir que o consumidor tenha acesso a produtos de qualidade por um preço acessível e possa consumir outros itens que antes não levaria para casa. Numa cesta básica, as marcas próprias podem proporcionar uma redução de até 20% no preço. O posicionamento premium, como é o caso das já citadas Taeq e Viver. Algumas, inclusive, são segmentadas de acordo com a categoria em que atuam.

 

Rede de médio porte

 

Médias pegam carona no bom momento das marcas próprias e investem em linhas que levam seus respectivos nomes. Um exemplo é a supermercadista Coop, que conta com 30 unidades no ABC Paulista e em São José dos Campos, Sorocaba, Tatuí e Piracicaba (interior de São Paulo) e em São Vicente (litoral Paulista). Todos os locais hoje contam com a presença de mais de 490 itens com a marca própria da rede, a Coop Plus, que dispõe de produtos oferecidos em uma cesta básica até itens para a área de pet shop.

 

Conforme a gerente de marca própria da rede, Daniela Marchiolli, os produtos custam em média 15% a menos do que o item líder da categoria que pertence. A porta-voz ainda adianta ao DCI que este ano a prioridade da empresa é ajustar os itens presentes na linha e retornar com alguns produtos que faziam parte da marca Coop Plus. " Também estamos planejando para o futuro próximo uma linha de produtos light", enfatiza Daniela. Ela afirma não ter uma data concreta para o lançamento dessa linha, mas espera que seja em breve.

 

Para que não faltem produtos nos pontos de venda a rede conta com 60 fornecedores, e o abastecimento é feito em média a cada 15 dias. A empresa, presidida por Antônio José Monte, também dispõe da linha Delícias da Coop, que possui mais de 150 produtos fabricados na sua central de panificação; mensalmente são produzidas 40 mil unidades de pizza e 150 mil unidades de pães especiais, entre os quais está pão sovado, de ovos, do padre, pão de batata entre outros. Na região do ABC, a Cooperativa detém 24% de market share e no ranking 2009 da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) ocupa o 12º lugar em fornecimento bruto.

 

Fecomércio

 

Enquanto as marcas próprias se destacam, os preços no varejo de modo geral subiram 4,87% no ano passado, após um leve aumento de 0,46% em 2009. Mais uma vez, o que mais pesou no bolso do consumidor foram os alimentos. No último mês de 2010, o preço das aves vendidas em supermercados, por exemplo, aumentou 9,42%.

 

No geral, o Índice de Preços no Varejo (IPV), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) registrou alta de 0,56% no mês passado. As chuvas fizeram os preços das verduras disparar 9,25% em dezembro.

 

Entre os grupos que apresentaram queda de preço em dezembro e colaboraram para manter a alta geral do IPV em patamar mais modesto, está o de eletroeletrônicos.

 

A queda de 1,50% foi proporcionada pela questão cambial, que faz com que o eletrônico importado entre no Brasil mais barato pela concorrência com o mercado informal, que obriga o comerciante a baixar mais os preços para tentar reduzir as perdas; e pelas rápidas mudanças de tecnologias.

 


Veículo: DCI


Veja também

Activia esconde mais de mil ipods em embalagens premiadas

Na promoção “Ritmo no Pote”, consumidores de todo o Brasil podem encontrar  iPods Nano ...

Veja mais
Clima adverso vai reduzir safra de maçã em até 25%

Colheita começa esta semana no Sul, onde houve geada e granizo   Problemas climáticos em regi&otild...

Veja mais
Chineses estocam algodão em casa

Yu Lianmin, um produtor de algodão de Huji, China, colheu 3.000 quilos da mercadoria este ano. Apesar dos pre&cce...

Veja mais
Sara Lee define cisão em duas mas não descarta uma venda

A Sara Lee Corp. já foi uma colcha de retalhos de marcas de alimentos e produtos para a casa e tem vendido ou des...

Veja mais
Segredo gelificado

Há doze anos, o italiano Andrea Panzacchi vive entre o Brasil e a Itália. Nas temporadas em que passava po...

Veja mais
Mudou a roupa, trocou o esmalte

Foi-se o tempo em que as mulheres iam à manicure só uma vez por semana. A Risqué constatou em pesqu...

Veja mais
Sabão em pó

Nesta semana, o Walmart lança mais um produto de sua linha própria da categoria de limpeza, o sabão...

Veja mais
Produção de bananas em expansão

Maior demanda estimula os investimentos tanto na ampliação dos bananais como na sua renovaçã...

Veja mais
Regra que garante qualidade do trigo impacta sul do País

Apesar dos bons preços esperados neste ano para o trigo no mercado interno, os produtores gaúchos nã...

Veja mais