O mercado de commodities metálicas viveu ontem mais um dia de desvalorizações, com quedas de até 8% na Bolsa de Metais de Londres (LME). O cobre para entrega em três meses caiu 7%, para US$ 4,93 mil por tonelada métrica. O níquel para entrega no mesmo período teve queda 6,4%, para US$11,98. Já a cotação do alumínio registrou uma redução de 4,6%, para US$ 2,18 mil por tonelada, eliminando os ganhos da semana. O chumbo caiu 7,9%, para US$ 1,51 mil, com a previsão, divulgada pelo Standard Bank, de que o mercado vai registrar um excedente de oferta neste ano depois de cinco anos de déficit. O estanho registrou queda de 6,6%, para US$ 14 mil por tonelada, enquanto o zinco desvalorizou 4,6%, para US$1,34 mil por tonelada.
Em meio a queda no preços, , produtores mundiais de metais revisam previsões de ganhos financeiros e planos de investimentos. A PT International Nickel Indonesia, uma das maiores produtoras de níquel do mundo, poderá cortar a produção no quarto trimestre se os preços dos metais caírem mais, disse ontem o presidente-executivo da empresa. A queda de preços dos metais também deve fazer a companhia ter um lucro líquido menor que o US$ 1,17 bilhão obtido em 2007, disse Arif Siregar, em conferência sobre mineração em Manila. O lucro líquido da empresa dobrou no ano passado ante US$ 513 milhões em 2006, graças a preços mais altos e aumento da produção.
Siregar disse que a companhia está mantendo meta de produção deste ano entre 77 mil e 79 mil toneladas de níquel, mas isso poderá mudar. "Nós ainda temos um trimestre pela frente, não sabemos o que irá acontecer", disse. "Há a possibilidade de diminuirmos a produção se os preços continuarem a cair." Em 2007, a produção atingiu recorde de 76,75 toneladas.
A Inco, que pertence em 61% à Companhia Vale do Rio Doce por meio da Vale Inco, do Canadá, informou anteriormente que o lucro líquido do primeiro semestre caiu 58,2% ante um ano antes, para US$ 295,6 milhões, devido à retração nos preços do níquel. A produção de níquel da empresa caiu 4,9%, para 37,15 mil toneladas no período de janeiro a junho, ante 39,05 mil toneladas um ano antes.
Siregar, que também lidera a Associação de Mineração da Indonésia, disse que a crise financeira global afetará os investimentos no setor de mineração do país, com o provável atraso de planos de expansão. "Está difícil conseguir dinheiro emprestado hoje", disse Siregar.
A chilena Codelco produzirá "um pouco menos" cobre este ano que em 2007, devido à queda da qualidade do minério, disse o principal executivo da companhia, José Pablo Arellano, que prevê produção de 1,5 milhão de toneladas.
"Haverá um pequeno excedente no ano que vem"'', disse Arellano. "O preço vai reagir a isso. Já está reagindo, porque a demanda está diminuindo, especialmente a demanda norte-americana e européia." Os EUA é o segundo maior usuário mundial de cobre depois da China. Apesar de o enfraquecimento da demanda, a empresa vai investir US$ 1,8 bilhão em 2009, mantendo um nível recorde de gastos. Segundo Arellano, a demanda por cobre dos países em desenvolvimento foi menos afetada que a dos EUA. "Quando sairmos desta situação de crise financeira, tenho certeza de que esses mercados continuarão sólidos."
Veículo: Gazeta Mercantil