Doença da laranja volta a aumentar em SP

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Incidência do cancro cítrico nos pomares foi de 0,44% em 2010, ante 0,14% em 2009, segundo o Fundecitrus

 

Noroeste do Estado é a região mais afetada, com 2,55% dos talhões contaminados; controle foi alterado em 2009

 

Após 11 anos sob controle, o cancro cítrico voltou a registrar aumento nos pomares paulistas. Segundo dados por amostragem do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), a doença atingiu 0,44% dos talhões em 2010, ante 0,14% em 2009.
O Estado tem hoje cerca de 96 mil talhões de laranja. Cada talhão tem, em média, 2.000 plantas. Os técnicos do fundo inspecionaram, ao todo, 11 milhões de plantas.


Em 1999, quando foi realizado o primeiro ano do trabalho, o índice era de 0,70%.
Segundo o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, o crescimento já era esperado por causa da alteração em 2009 da lei.

 

Na ocasião, desobrigou-se a erradicação de todo o talhão quando a contaminação atingia 0,5% das plantas.
"Agora, quando tem surgimento do cancro, a erradicação só acontece no raio de 30 metros. Por isso, estamos intensificando a atuação junto aos citricultores", disse.
A Secretaria de Estado da Agricultura informou ontem, via assessoria, que comentaria os resultados apenas após análise do levantamento por seus técnicos agrícolas.

 

CONTAMINAÇÃO

 

A região mais afetada pelo cancro, segundo o levantamento, é o noroeste paulista, com 2,55% dos talhões contaminados.

 

A região central, principal polo produtor do Estado, que envolve Araraquara, teve incidência da doença em 0,41% dos talhões.

 

A região norte de São Paulo, que em 2009 não registrou casos da doença, teve incidência de 0,23% dos talhões, seguido pela oeste, com 0,22%, e sul, que teve índice de 0,07%. O último resultado mais próximo foi registrado em 2000.

 

No caso do produtor Humberto Bellintani Iplinsky, 47, a incidência do cancro cítrico mudou a rotina na fazenda em Pedranópolis, noroeste de São Paulo. O pomar da propriedade tem 55 mil pés de laranja inspecionados.
"Adotamos diversas medidas preventivas. Como vivemos numa região endêmica, fiscalizamos até a mão de obra para impedir a transmissão da bactéria de um lugar para outro", afirmou o produtor.

 

O cancro cítrico está presente no Brasil desde 1957. Nenhuma variedade está imune à doença. Os sintomas (com manchas amarelas) podem aparecer em ramos, folhas e frutos. O combate pode ser feito com aplicação de inseticidas e controle de praga.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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