Salto na venda de genéricos

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A chegada às farmácias de substâncias que tiveram a patente quebrada no ano passado, como o Viagra, empurrou o mercado de medicamentos genéricos para a maior expansão registrada desde 2002. Em volume, o crescimento do segmento foi de 33% frente ao ano anterior. Em valores, o salto foi de 37,7% em relação a 2009, atingindo R$ 6,2 bilhões. Nas drogarias, as vedetes foram medicamentos que tiveram seu consumo ampliado em até seis vezes como o Sildenafil (Viagra) e a Atorvastatina (Liptor), usada para o controle do colesterol.

 

O crescimento foi superior ao conjunto da indústria farmacêutica, que vendeu 2,068 bilhões de unidades em 2010, num crescimento de 16,9%. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Genéricos (Pró Genérico), a projeção para este ano é expandir 30%. Para isso, o setor anuncia investimentos de R$ 1,5 bilhão, abrindo 2 mil postos de trabalho. “O brasileiro está comprando mais
medicamentos e os genéricos têm preços competitivos”, disse o presidente da associação, Odnir Finotti. Segundo ele, a diferença de valor chega a 52%. O executivo citou o exemplo do Viagra, cujo custo caiu de R$ 30 para R$ 5, o que aqueceu o consumo.

 

Prescrição

 

Outras substâncias estão na lista dos laboratórios. A Olanzapina, psicotrópico que tem um mercado de R$ 250 milhões por ano, tem versão genérica programada para este ano. A lei que instituiu os genéricos completa 12 anos amanhã. O publicitário José Eugênio Pinheiro usa o Omeprazol para problemas estomacais. “Gasto R$ 60 por mês e sempre compro o genérico, prescrito pelo meu médico”, afirmou. A dona de casa Constança Barço lamenta a ausência das drogas em segmentos específicos como o controle de diabetes. “Só uso os medicamentos de referência porque não existem substitutos”, reclamou.

 

O bolso sofre com o peso dos remédios. O preço médio de uma receita médica, segundo dados da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), é de R$ 140. “Poderia custar a metade”, defendeu o vice-presidente da entidade, Rilke Novato. Ele cita que, entre 1999 e 2010, a quantidade de unidades comercializadas cresceu 21%. Os valores movimentados pela indústria farmacêutica mais que triplicaram, saltando de R$ 11 bilhões para cerca de R$ 36,5 bilhões no período. “O desafio é
ampliar o mercado de genéricos.”

 

Pela lei, os genéricos devem custar pelo menos 35% abaixo do medicamento de referência. O aposentado Pedro Paulo Utsh utiliza remédio para controle da pressão arterial e antiansiolíticos. Ele conta que tem dificuldades para encontrar as substâncias equivalentes no mercado genérico, mas reforça que o Hyzaar, para controle da pressão, já custou quase 50% mais.
 

 

Veículo: Correio Braziliense


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