Apetite em pílulas

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A Eurofarma sempre foi cobiçada pelos seus rivais. Agora, foi às compras. O objetivo é ser a terceira maior fabricante de medicamentos do Brasil

 

A fabricante brasileira de medicamentos genéricos Eurofarma, dona de um faturamento de R$ 1,3 bilhão e 3,4 mil funcionários, sempre foi uma companhia cobiçada pelas suas rivais.

 

Em várias ocasiões, circularam rumores de que o laboratório se uniria a Aché, criando uma superfarmacêutica local, com o apoio do BNDES. Gigantes internacionais, como a Roche, também teriam se interessado por seus ativos.

 

Nos últimos tempos, a Eurofarma, controlada pelo empresário Maurizio Billi, resolveu mudar o jogo. Em vez de ser comprada, a empresa baseada na capital paulista foi às compras.


 
Em 2010, por exemplo, adquiriu quatro empresas, três delas fora do Brasil: a Volta e Farmindustria, do Chile, a Gautier, do Uruguai, e a Segmenta, de Ribeirão Preto (SP). Esta última transação foi avaliada pelo mercado em R$ 400 milhões. Os valores das demais não foram divulgados.


 
“Algumas pessoas enxergaram nossa movimentação com surpresa”, afirma Maria Del Pillar Muñoz, diretora de novos negócios da Eurofarma. “Não somos uma empresa que está à venda.”
 


Com as aquisições, a companhia espera que seu faturamento cresça 30% em 2011, mais do que o dobro do previsto anteriormente. De acordo com Maria Del Pilar, o plano da Eurofarma é transformar-se na terceira maior fabricante de medicamentos do mercado brasileiro até 2015.
 


Atualmente, ela é a sexta, segundo a Jorge Raimundo Consultoria, de São Paulo. “A Eurofarma é uma indústria bem administrada. Por esse motivo, ela desperta tanto interesse”, afirma Jairo Yamamoto, ex-presidente da Medley, que foi comprada pela Sanofi em abril de 2009, por R$ 1,5 bilhão. “A situação pode ser comparada a de uma mulher bonita: muitos homens olham, mas não significa que ela queira casar.”
 


Um dos objetivos da Eurofarma é aumentar sua presença na América Latina. Com as aquisições recentes no Chile e no Uruguai, somadas à argentina Quesada – adquirida em 2009 – a Eurofarma passou a atuar em 52% do território da região.
 


O objetivo é chegar a 90% em quatro anos. Os próximos alvos, segundo Maria Del Pilar, são a Colômbia e o México. “Comprar empresas é uma das formas de os laboratórios nacionais crescerem”, diz Nilton Paletta, presidente da IMS Health para a América Latina, consultoria especializada no setor farmacêutico. “Afinal, o volume de investimento em pesquisa e desenvolvimento deles é mais baixo, quando comparado às empresas internacionais.”

 

Veículo: Revista Isto É Dinheiro


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