Alguns dos maiores fabricantes e varejistas globais de roupas e calçados trabalham em um método que permitirá etiquetar seus produtos, por todo o mundo, com informações sobre o grau de impacto da produção e uso das peças no ambiente.
O plano é um dos esforços mais ambiciosos para criar um conjunto de padrões para diferentes tipos de produtos industrializados que possa mensurar o impacto no ambiente dos passos envolvidos na produção de uma peça de roupa.
Entre as empresas apoiam o plano estão Walmart, Gap, JC Penney, Levi Strauss, Nike, Marks and Spencer, Adidas, H&M e a Li & Fung, uma grande fornecedora têxtil.
"Nenhuma empresa sozinha tem todas as respostas para conseguir achar uma forma correta de medir todas as variáveis envolvidas e é por isso que decidimos ter uma abordagem colaborativa", afirmou Alex Tomey, vice-presidente de desenvolvimento de produtos, no segmento de roupas, da varejista americano Walmart.
O executivo disse que o Walmart espera que um dos resultados do programa seja a criação de um sistema "crível" para a invenção de rotulagem ecológica para produtos que possam chegar aos pontos de venda nos próximos cinco anos.
Nos termos dos planos das companhias que estão apoiando o esquema, os rótulos poderiam ser usados para informar os consumidores sobre quanto impacto a produção de um item tem sobre o ambiente. Uma ideia, por exemplo, seria inventar um conjunto de índices para cobrir áreas como a energia usada nos diferentes estágios de produção e em que medida produtos químicos tóxicos foram utilizados em qualquer parte da cadeia de manufatura.
Outras áreas do esquema abordariam o impacto do descarte de artigos de vestuário após terem sido usados e em que medida isso afeta o ambiente, por exemplo, pela adição a aterros sanitários ou poluição de sistemas hídricos.
Lorrie Vogel, um especialista ambiental na Nike, produtora americana de artigos para esportes, disse acreditar que a ideia de rotulagem é "factível", embora seja necessário "muito trabalho" para criar a metodologia adequada correta.
John Elkington, chairman da Volans, um grupo ambientalista com sede no Reino Unido, disse ver positivamente os princípios gerais por trás do projeto. Porém, Elkington acrescentou: "para que o esquema funcione tão bem quanto poderia, isso exigirá que as companhias envolvidas no programa se disponham a ser extremamente abertas sobre seus processos de manufatura."
Veículo: Valor Econômico