Tangará compra gaúcha Lativale

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Laticínios: Aquisição permitirá è empresa mineira ingressar na produção de leite em pó

 

A mineira Tangará Foods adquiriu a Laticínios Vale do Taquari - Lativale -, de Estrela (RS), por R$ 55 milhões, o que lhe permitirá verticalizar sua produção de lácteos a partir de agora. Até hoje, a empresa apenas fazia a preparação e o empacotamento de lácteos que comercializava, em sua unidade de Vila Velha (ES), mas o produto era adquirido de outros fornecedores.

 

Com a Lativale, a Tangará passará a captar e a processar leite. A unidade do laticínio foi inaugurada há menos de dois anos e tem capacidade para processamento de 600 mil litros de leite por dia, para a produção de 1.700 toneladas mensais de leite em pó e 1.300 toneladas de leite condensado.

 

O vice-presidente de operações da Tangará, José Aloízio Teixeira de Souza Júnior, disse que a compra da Lativale foi feita com recursos próprios e que, atualmente, o negócio está sob "due diligence". Segundo ele, a Lativale pertencia a um grupo de sete fornecedores de leite, que decidiu focar apenas a produção leiteira e, por isso, vendeu o laticínio.

 

A companhia mineira planeja fazer investimentos de R$ 20 milhões, nos próximos dois anos, na unidade da Lativale para ampliar linhas de produção, de acordo com o empresário.

 

Ele admitiu que o fato de a Tangará ter vencido a licitação do programa Leve Leite, da Prefeitura de São Paulo, no fim do ano passado, foi um estímulo para a aquisição da Lativale. No programa, a Tangará irá fornecer 1.700 toneladas de leite em pó integral por mês à prefeitura pelo período de um ano, com possibilidade de renovação por mais um ano.

 

Havia quatro anos que a empresa não fornecia para o programa Leve Leite. Nos anos em que foi fornecedora do programa paulista, a Tangará enfrentou queixas de laticínios concorrentes, já que não tinha produção própria de leite em pó. Agora terá.

 

Além de lácteos, a Tangará também atua na comercialização de ingredientes para a indústria de alimentação, food service, e como trading, exportando café, milho e carnes.

 

No ano que passou, a empresa faturou R$ 1,120 bilhão, 51% mais do que em 2009. De acordo com Souza Júnior, o crescimento na operação de food service e o aumento de vendas no mercado doméstico e no exterior foram os responsáveis pelo aumento na receita. Os negócios com café responderam por 40% do faturamento da Tangará, lácteos, por 33% e as operações de trading, pelo restante. "Já somos o sétimo maior exportador de café em grãos do país", afirmou.

 

Para este ano, a previsão é que a receita bruta da Tangará atinja R$ 1,5 bilhão. "Com a planta [da Lativale], a intenção é ser um fornecedor global de ingredientes para grandes empresas. A projeção é que no primeiro ano a nova unidade significará um incremento de R$ 150 milhões no faturamento total da Tangará. Até 2013, serão mais R$ 300 milhões.

 

De acordo com o vice-presidente, a Lativale fabrica itens com marca própria para outras empresas e o plano é manter esses serviços. Além de leite em pó, leite condensado, a empresa também produz creme de leite e outros lácteos. A Tangará usará a unidade de Estrela, que tem 100 funcionários, também como centro distribuição de sua linha dedicada ao food service.

 

A companhia mineira, fundada em 1993, planeja fazer outras aquisições no país e continua negociando uma injeção de recurso com fundos de private equity, segundo Souza Júnior. No primeiro trimestre do ano passado, o empresário informou ao Valor que negociava uma capitalização entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões, para acelerar o crescimento das operações da Tangará.

 


Veículo: Valor Econômico


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