Prejudicada pela chuva, salada sobe mais que inflação

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A salada está bem mais salgada para o consumidor. Alguns itens que compõem esse prato dos paulistas subiram mais de 20 vezes acima da inflação do primeiro bimestre. E os culpados são o sol e a chuva.

 

É normal que os alimentos incluídos no grupo hortaliças apresentem inflação elevada no começo do ano. Mas, desta vez, entre sete produtos comparados, cinco tiveram alta média nos preços maiores do que no primeiro bimestre de 2010.

 

Emparelhando com o mesmo período de 2009, os sete alimentos da salada tiveram inflação maior neste ano.

 

A alface pressionou mais o bolso do consumidor no primeiro bimestre. A inflação do produto acumulou 44% na Região Metropolitana. No mesmo período de 2010, o item variou 38,4% e, em 2009, 21,4%.

 

Enquanto isso, a inflação na Grande São Paulo, no acumulado de janeiro e fevereiro, foi de 1,8%. Os dados são do Banco de Dados Agregados Sidra do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Concluindo a lista da salada, o brócolis encareceu 43,9% e o tomate 37,2%. O repolho variou 34,4%, a couve subiu 28,8% e a couve-flor teve incremento de 27,8%. A cenoura, último item da lista, ficou 26,8% mais cara.

 

CENÁRIO - O professor de Macroeconomia da FMU Edmilson da Silva Costa explicou que não existe regra para a inflação ser maior a cada ano. "Mas foram as maiores chuvas que caíram nos últimos tempos, prejudicando a oferta das hortaliças", acrescentou.

 

Para o professor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) Antonio Evaldo Comune, que é responsável pela pesquisa de inflação da instituição, é comum a alta dos preços em janeiro e fevereiro. "As tempestades são, particularmente, maléficas para as verduras. Elas destroem as folhas. Encharcam o plantio diminuindo a qualidade da produção", explicou.

 

Outro problema do primeiro bimestre é a umidade e os dias de calor intenso. "Essa composição é propícia para o surgimento de pragas nas plantações, dificultando a produção", destacou o engenheiro agrônomo do Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) Fábio Vezzá de Benedetto.

 

Ele disse que a demanda, ou seja, a procura dos consumidores por verduras, durante o período de maior calor aumenta, o que pode proporcionar alta nos preços com queda na oferta. "Mas nitidamente foi choque de oferta neste ano", argumentou Comune.

 


Suco de laranja feito em casa está 21% mais caro

 

Se o prato que contribui para a alimentação saudável está mais caro. A bebida com mesmo propósito não ficou para trás. O suco de laranja feito em casa também está mais pesado no bolso do consumidor. A laranja pera encareceu, no primeiro bimestre, 21,4% na Grande São Paulo.

 

E enquanto a carne teve recuo de 4,5% no mesmo período, depois de elevados acréscimos até janeiro, um dos ingredientes mais utilizados para o seu preparo seguiu em sentido oposto. De acordo com o Banco de Dados Agregados do IBGE, o pimentão ficou 21% mais caro.

 

SOBREMESA - Frutas como manga, banana-prata e melancia subiram, respectivamente, 12,4%, 11,4% e 7,7% no primeiro bimestre.

 


Veículo: Diário do Grande ABC


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