Por ano, categoria movimenta R$ 300 milhões no país; feira em SP discute desenvolvimento
Pirataria atinge 60% do mercado de games e sufoca expansão de empresas e postos de trabalho do setor
Considerado um dos países mais promissores para games, com 40 milhões de jogadores, o Brasil ainda não descobriu como combater a pirataria e estimular a produção nacional do setor.
Segundo levantamento do Conselho de Economia Criativa da Fecomercio e da Abragames, o país movimenta R$ 300 milhões em games, incluindo jogos on-line, para consoles e computador.
Do total, 60% do valor, ou R$ 180 milhões, correspondem ao comércio paralelo, dominado principalmente por CDs falsificados de jogos.
"Temos um ambiente propício ao desenvolvimento de games, mas o mercado não chega a 1% do total mundial", diz Adolfo Melito, da Fecomercio.
No mundo, o mercado de jogos movimenta cerca de US$ 32 bilhões (R$ 56 bilhões), puxado pelos EUA.
O potencial da indústria brasileira é de R$ 3 bilhões, mas aspectos que envolvem principalmente crédito e tributação inibem o avanço.
Segundo o executivo, que deve entregar documento sobre a importância do setor ao ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, tributação e crédito são dois dos principais entraves.
Hoje, os tributos aplicados aos games envolvem 30% de IPI, 9,25% de PIS/Cofins e ICMS entre 18% e 25%.
A proposta a ser apresentada inclui uma "trégua" de cobrança nos tributos por períodos preestabelecidos.
Isso poderia contribuir para aumentar o número de profissionais no setor, que hoje soma 560 pessoas.
Outro aspecto a ser pleiteado é facilidade ao crédito, com redução das garantias e linhas de financiamento com juro zero -mediante a aplicação do IPCA para correção do valor do empréstimo.
Veículo: Folha de S.Paulo