Produção de leite orgânico em franco crescimento

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A produção de leite orgânico registrada no ano passado chegou a quase 5,5 milhões de litros, o equivalente a 1% do comércio total do produto. Produzido em sistema diferenciado do processo habitual, representa uma fonte de renda alternativa para o agricultor. É uma variedade da bebida tradicional sem resíduos químicos a preços atrativos, porém com os mesmos valores nutritivos do convencional.

 

"A mudança do sistema produtivo pode ser bastante positiva, já que estudos mostram que o leite orgânico é valorizado no mercado e o preço chega a ser 50% maior do que o convencional em algumas regiões", explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) João Paulo Guimarães Soares, zootecnista da unidade Cerrados da Embrapa, no Rio de Janeiro.

 

O valor pago pelo leite convencional é de R$ 0,80 por litro, enquanto com o leite orgânico o produtor pode ser remunerado em até R$ 1,20 por litro.

 

A produção de leite no sistema orgânico ainda é em pequena escala (a média diária varia entre oito e dez litros). Isso acontece porque existem poucos produtores certificados no Brasil adequados à Lei 10.831 e à Instrução Normativa nº 64 do Ministério da Agricultura. Os custos de produção são menores, pois o produtor usa menos insumos. Esse sistema evita a utilização de máquinas agrícolas, trabalha com plantio direto e compostos orgânicos, porém, exige mão de obra maior e mais qualificada.

 

Para adotar o sistema orgânico de produção é necessário ter, no mínimo, um período de 12 meses de manejo sustentável necessários para a conversão, principalmente das pastagens. Somente depois desse período o produto é considerado orgânico.

 

Pesquisas - Para desenvolver e fortalecer a cadeia produtiva do leite orgânico foi implantada uma rede de pesquisa interinstitucional coordenada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Embrapa Cerrados integra o grupo que planeja investimentos de R$ 1 milhão em pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias de fomento à cadeia produtiva.

 

Uma das pesquisas na Embrapa Cerrados relacionada a esse projeto é o estudo sobre a produção de biomassa de forragem para sistemas agroecológicos de leite no bioma Cerrado. A pastagem será avaliada durante três anos e não será utilizado nenhum insumo químico. As fontes de adubo são substituídas por fontes naturais e o sistema de pasto é do tipo rotativo.

 

As pastagens foram instaladas na sede da Embrapa Cerrados, localizada em Planaltina (DF), e também na escola agrícola do município de Unaí, Noroeste mineiro, que possui um projeto ligado a pequenos agricultores. O estudo das pastagens levará 36 meses.

 

Em seguida, serão avaliadas as condições do pasto e, por fim, validada a pesquisa junto aos produtores do Distrito Federal e entorno. O projeto de agricultura orgânica é direcionado aos pequenos agricultores, responsáveis por quase 60% de toda a produção de leite do país.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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