Grupo francês passa a deter 29% da Parmalat

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A Lactalis, maior empresa de laticínios da Europa, eleva sua participação no grupo italiano e abre disputa pelo controle

 

O grupo francês de laticínios Lactalis anunciou ter elevado sua participação na Parmalat para 29%, preparando o cenário para uma luta pelo controle da companhia italiana. O maior grupo de laticínios da Europa disse que está comprando 15,3% da Parmalat que pertenciam aos fundos Zenit Asset Management, Skagen AS e Mackenzie Financial, uma unidade da canadense IGM Financial. A Lactalis pagará ? 2,8 por ação da Parmalat, ou cerca de ? 744 milhões (US$ 1,1 bilhão).

 

A compra inicial de 11,42% da Parmalat pela Lactalis na semana passada, com a possibilidade de adquirir outros 2,86%, levou líderes políticos e empresariais italianos a tentarem estabelecer uma defesa da empresa, considerada uma campeã nacional. O governo disse que poderia propor uma lei para tornar mais difícil para os investidores estrangeiros controlarem empresas nacionais consideradas estratégicas.

 

A Parmalat também vinha negociando um acordo com o grupo brasileiro LBR, resultante da fusão entre as empresas Bom Gosto e LeitBom. Por esse acordo, que seria feito via troca de ações, a Parmalat passaria a deter 100% da LBR, enquanto a empresa brasileira ficaria, dessa forma, com uma fatia entre 25% e 30% do grupo italiano.

 

Participação. Um porta-voz da Lactalis reiterou ontem que o grupo francês planeja manter sua participação na Parmalat abaixo de 30%. Segundo as regras de valores mobiliários da Itália, um acionista precisa fazer uma oferta de compra da companhia se ele possuir uma participação de mais de 30%.

 

O porta-voz também enfatizou as sinergias entre as duas companhias. "A Lactalis deseja ser um parceiro para o desenvolvimento da Parmalat na Itália e globalmente. O aumento da participação da empresa na Parmalat corresponde a um sério projeto industrial baseado na complementaridade geográfica e de produto", afirmou o porta-voz.

 

Ao contrário da Lactalis, a Parmalat está bem desenvolvida no Canadá, Austrália e América Latina, mas a sua participação de mercado não é tão importante na Europa, onde a Lactalis é um peso pesado, acrescentou o porta-voz.

 

O presidente do órgão antitruste da Itália, Antonio Catricalá, afirmou ontem que estava acompanhando cuidadosamente o caso. "Nós estamos interessados em situações nas quais o controle efetivo (da companhia) muda", disse o executivo durante um evento em Milão.

 

O Intesa Sanpaolo, maior banco de varejo da Itália, disse que está pronto para trabalhar num projeto industrial de longo prazo para a empresa de laticínios italiana com outra empresa nacional.

 

O chairman do grupo italiano de laticínios Granarolo, Gianpiero Calzolari, reiterou sua disponibilidade para ajudar a manter a Parmalat sob controle italiano, mas acrescentou que o grupo não tem recursos financeiros para fazê-lo sozinho. "Nós não somos operadores financeiros", disse o executivo, acrescentando que não comprou e não pretende comprar ações da Parmalat no mercado.

 

Calzolari acrescentou que espera se reunir com o banco italiano Intesa Sanpaolo e o governo italiano ainda esta semana. De acordo com o jornal Il Sole 24 Ore, um grupo, incluindo o Intesa Sanpaolo e a fabricante de chocolates Ferrero, detentora das marcas Nutella e Kinder, poderia fazer uma proposta para a Parmalat. / DOW JONES NEWSWIRES

 

Ações
744 milhões de euros
é quanto deve pagar a Lactalis pela participação de 15,3% na Parmalat que pertencia a fundos

11,4%
foi fatia que o grupo comprou na semana passada, com possibilidade de adquirir outros 2,86%

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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