Após várias mudanças de controle em uma década, empresa acabou perdendo a liderança em lavadoras de alta pressão
Depois de passar de mão em mão por mais de uma década e perder a liderança no mercado brasileiro, a marca alemã Wap, de lavadoras de alta pressão, vai ampliar seu portfólio de produtos para crescer no varejo. As máquinas de limpeza que tornaram a marca popular terão de dividir espaço com ventiladores e acessórios para carro. É uma estratégia para ganhar o consumidor doméstico e dobrar o faturamento da empresa até o fim do ano.
Foi o varejo que salvou a Wap de um colapso no País. A marca, trazida para o mercado brasileiro em 1975, era líder absoluta até o início da década de 1990, quando começou a mudar de dono: pertenceu a grupos internacionais como o Oberdorfer, Alto, Nilfisk e Electrolux, além de ter ficado por um tempo sob a tutela da brasileira Refripar. Durante todo esse período, as donas da Wap no Brasil concentraram sua atuação no mercado corporativo, com equipamentos voltados para o uso profissional e viram a receita despencar.
Quando a marca foi comprada em 2005 pela paranaense Lexis, produtora de equipamentos agrícolas, não tinha muito mais que um nome forte. O faturamento no ano seguinte foi de R$ 11 milhões. "Tínhamos um produto muito bom, que continuava sendo sinônimo de categoria, mas que não tinha mercado", lembra Édla Pavan, diretora comercial da Fresnomaq, uma das subsidiárias da Lexis. Na época, uma pesquisa de mercado apontou que a marca era lembrada por consumidores finais até em produtos que não faziam parte do portfólio, como liquidificadores e máquinas de lavar roupa.
A certeza de que o nome ajudaria e a meta de atingir um faturamento cinco vezes maior num prazo de cinco anos levaram a Fresnomaq às grandes redes varejistas do País. Em 2006, os produtos da marca estavam em 200 pontos de venda. Agora, estão em 5 mil. As lavadoras profissionais são produzidas em São José dos Pinhais e as de uso doméstico, montadas na China para garantir um preço competitivo.
Concorrência. No Brasil, a Wap concorre com a Karcher (para quem perdeu a liderança), a Lavor e a Jacto. Black & Decker, Nortech e Schultz estão entrando nesse mercado, que faturou no ano passado R$ 550 milhões. A receita da Wap chegou a R$ 86 milhões em 2010, com uma participação de 18%, contra 26% da líder. No varejo, essa proporção praticamente se inverte.
Para chegar aos R$ 165 milhões até dezembro e até subir uma posição no ranking, a Fresnomaq conta com uma nova linha de produtos: de ventiladores. Parte deles será produzida em Fortaleza, onde a empresa acaba de construir sua segunda fábrica.
O investimento é de R$ 3,5 milhões. Além de fabricar ventiladores convencionais, a paranaense obteve a licença para importar ventiladores sem hélice, projeto patenteado por uma empresa japonesa e até então inédito no Brasil.
Veículo: O Estado de S.Paulo