Cotação do tubérculo no Sul de Minas dispara com a aproximação do fim da 1ª safra.
Após enfrentar perdas significativas no início deste ano, provocadas pelo excesso de produção, os bataticultores do Sul de Minas Gerais voltaram a registrar lucro. O preço do saco de 50 quilos de batata está em torno de R$ 35, o que representa incremento de 75% frente aos valores praticados em janeiro, quando o mesmo volume chegou a ser vendido a R$ 20 e parte descartada por falta de demanda.
De acordo com o diretor executivo da Associação dos Bataticultores do Sul de Minas (Abasmig), José Daniel Rodrigues Ribeiro, a valorização da batata no mercado se deve à aproximação do encerramento da primeira safra e a batata de maior qualidade colocada no mercado. As chuvas registradas na região ao longo da colheita não interferiram na evolução dos trabalhos e nem na qualidade final do produto.
A tendência é que os preços continuem em alta, principalmente devido à segunda safra mineira do produto ser em maior parte (60%) destinada à produção de sementes para o plantio da safra das águas que será realizado em setembro. As batatas do segundo período produtivo do ano começam a ser colhidas em meados de abril.
Equilíbrio - Até a primeira quinzena de março, cerca de 85% da produção de batatas da primeira safra já havia sido colhida. A redução da oferta promoveu o equilíbrio no mercado favorecendo a formação de preços suficientes para cobrir os custos de produção e reduzir os prejuízos causados pelos preços baixos praticados no início da colheita. Os custos de produção do saco de 50 quilos variam entre R$ 20 e R$ 25, dependendo da tecnologia aplicada.
A superprodução no Sul de Minas causou prejuízos para os bataticultores da região. De acordo com Ribeiro, o valor de mercado do produto ficou 31,2% inferior aos custos de produção. A redução dos valores foi provocada pelo incremento de 15% na produção da primeira safra do ano, estimulada pelos bons preços praticados no início de 2010. Devido à elevação significativa e a baixa demanda no mercado, os produtores da região tiveram que descartar a parcela excedente em aterros e utilizar parte na alimentação animal.
"Com a recuperação dos preços no mercado, acreditamos que a maioria dos produtores conseguiu reduzir os prejuízos registrados no início do ano e ainda lucrar com a atividade. Nossa expectativa é que, para o plantio da próxima safra das águas, os bataticultores invistam no plantio de sementes de variedades de qualidade superior e com maior aceitação no mercado", disse Ribeiro.
A primeira safra de batata de 2011 foi plantada em setembro do ano passado e começou a ser colhida no final de dezembro. De acordo com Ribeiro, na safra 2010/11 serão colhidas na região em torno de 380 mil toneladas de batatas. O Sul de Minas é responsável pela produção de 46% da batata mineira.
"A produção de batatas na segunda safra será mantida em relação à cultivada em 2010. A manutenção será possível devido ao lucro expressivo gerado em 2010. Além disso, por ser amplamente dedicada à produção de sementes, o restante deverá ter boa cotação no mercado, evitando reduções futuras de área", previu.
Minas Gerais responde por 33% da produção nacional de batatas. O tubérculo abastece principalmente os mercados de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e da região Nordeste.
A produção de batatas é dividida em três safras. A primeira é colhida entre dezembro e março e é considerada a de menor custo, devido ao grande índice de chuvas. Por não exigir investimentos em irrigação, cerca de 90% dos produtores envolvidos são de pequeno porte.
A segunda e a terceira safras são mais caras e exigem sistemas de irrigação, a área plantada cai de 12 mil hectares, registrados na primeira safra, para 4 mil hectares e 5 mil hectares, respectivamente.
Veículo: Diário do Comércio - MG