Café, leite e feijão são os itens que mais subiram
Sempre que vai ao supermercado, a funcionária pública Heloíza Helena Fernandes observa algo nada agradável. É o aumento de preços de produtos de primeira necessidade. Os itens da cesta básica estão mais caros. Ela cita, por exemplo, as altas do feijão, óleo de soja e açúcar. E sabe como driblar o reajuste. Para a conta não ficar tão salgada, ela substitui alguns alimentos. Introduz a soja e a lentilha no lugar do feijão. "Além de tudo, o valor nutricional é melhor", compara.
Na hora de comprar arroz e feijão, porém, ela não muda de marca. Prefere levar para casa "os nomes" que já conhece. "O arroz e o feijão têm que ser bons. São alimentos que a gente precisa comer bem", fala. Quanto aos demais itens da cesta básica, a substituição é uma boa pedida. Outra estratégia da funcionária pública que resulta em economia é percorrer quatro supermercados em busca de ofertas. "Dizem que não compensa porque a gente gasta mais com combustível. Não é verdade. Vou a vários supermercados e consigo economizar até 50%", revela.
A cesta básica realmente está mais cara. Foi inclusive constatado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 14 capitais brasileiras. Os produtos que mais subiram, de acordo com um gerente de supermercado de Limeira, Dinael Scatolin, foram o leite (15%), feijão (18%) e café (15%). Até mesmo o vinagre reforçou seu paladar amargo. A alta foi de 10%. E o homem avisa: "o macarrão deve subir uns 6% nos próximos dias", conta.
VENDAS
Scatolin, no entanto, não observou mudança de comportamento dos consumidores. As vendas têm se mantido. "É o básico do básico e não dá para deixar de comprar. O que acontece, às vezes, é a substituição de marca. A opção é pelo produto que custa menos", comenta.
A troca de marca também é notada pelo gerente de outro supermercado da cidade, Fábio Augusto Silva. Segundo ele, dentre a razão dos aumentos está a especulação. "Nesta época que antecede a Páscoa, vários itens pegam carona com o ovo de chocolate, bacalhau e batata. Também alegam que a chuva influencia muito", avalia.
Por se tratar da cesta básica, diz Scatolin, o consumo se mantém igual. "O que muda é a preferência pela marca do produto. As classes C e D optam pelas mercadorias mais em conta. Os itens de segunda linha têm vendido mais em função dos aumentos verificados nas últimas semanas", observa Silva.
Jornal de Limeira - SP