Redução de brinquedos importados

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15 por cento é a projeção do crescimento do faturamento do setor de brinquedos brasileiro neste ano.
 

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, se declarava feliz, ontem, em conversa com a imprensa, antes do seu embarque em viagem de negócios para a China. A associação espera repetir em 2011 a performance de aumento de 15% registrada em 2010, e contabilizar, ao final do período, receita próxima de R$ 3,6 bilhões. "Pelo menos 20 empresas cresceram mais que 20%; e algumas chegaram a 37%", comentou Costa.

 

A análise do desempenho do setor mostra crescimento vegetativo de 7%. "O restante foi porque tomamos mercado dos chineses", detalha o presidente da Abrinq. Os números não consideram o comércio de brindes e livros.

 

As metas do setor para 2011 incluem reduzir a participação dos importados no volume de brinquedos comercializados no País. A Abrinq espera que em cinco anos a produção nacional responda por 70%. No ano passado, a proporção se manteve favorável aos importados, na proporção de 57% e 43%. A expectativa é que ao final de 2011 os produtos nacionais ganhem dois pontos percentuais de participação e os importados caiam para 55%. "A China já teve, em 2008, quase 60% do mercado brasileiro", dimensiona.

 

Blitz – "Recuperar mercado é prioridade", enfatizou o presidente da Abrinq. Ele se declarou satisfeito com manifestação da presidenta Dilma Rousseff, de que a concorrência desleal, praticada na importação, deverá ser combatida.

 

O subfaturamento das importações – "em média ele é de 40%" – foi um dos problemas apontados por ele. Há, segundo Costa, mapeamento com dezenas de importadores que estariam alimentando a concorrência desleal, base para uma esperada operação da Receita Federal, antecipou.

 

O presidente da Abrinq considera, no entanto, que o relacionamento com a China, sempre apontada como a grande vilã nessas questões, caminha para uma maturidade. A agenda de trabalho do executivo no país asiático inclui encontro com a equivalente chinesa da Abrinq, para negociar que os brinquedos importados pelo Brasil sejam testados com base nas normas brasileiras. Costa explica que existe uma proposta de padronização mundial das normas técnicas de segurança para brinquedos.

 

Ele explica que o Brasil não quer se antecipar à definição das normas globais porque, seguramente 20% das exportações chinesas de brinquedos estão fora dessas normas.

 

Segundo sua contabilidade, as importações brasileiras do setor, com origem na China, geram 70 mil postos de trabalho naquele país, um benefício que ele espera salientar, como estímulo para obtenção de contrapartidas para os fabricantes brasileiros de brinquedos. A viagem do presidente da Abrinq à Ásia se prolonga até a visita oficial da presidente Dilma Rousseff à China, prevista para acontecer entre 11 e 15 de abril.

 

Investimentos – Ao longo de 2010, de acordo com o balanço apresentado ontem pela Abrinq, o setor investiu R$ 180 milhões majoritariamente para o lançamento de produtos e modernização das linhas de produção. Para este ano, os empresários indicam investimentos de R$ 200 milhões .

 

Ainda neste mês, entre os dias 13 e 16, será realizada em São Paulo a 28 ª Feira Brasileira de Brinquedos promovida pela Abrinq, com apresentação de 1,5 mil lançamentos.
Ao longo de 2010, o setor ganhou mais 63 fábricas, para atuação especialmente em nichos de mercado, como acontece com os bichos de pelúcia em Tabatinga.
 

 

Veiculo: Diário do Comércio - SP


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