China afeta 42% dos calçadistas de Franca

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Pesquisa feita pelo sindicato da indústria mostra que empresas sofrem diretamente com a concorrência asiática

 

Apesar disso, o polo calçadista da cidade conseguiu registrar alta nas exportações em fevereiro e março

 

Uma pesquisa feita pelo Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca) com empresas locais constatou que quase a metade sofre diretamente com a concorrência gerada pela entrada de produtos asiáticos.

 

O levantamento foi feito para detectar os prejuízos causados à indústria pelo que o sindicato chama de "entrada abusiva indiscriminada do calçado chinês" no país.
Do total, 42% disseram garantir que existe dano por causa da concorrência com o calçado chinês, mas que não conseguem mensurar o percentual de prejuízo.

 

Um terço das empresas que responderam afirma ainda que o prejuízo com a concorrência chinesa já atingiu um patamar de comprometimento de até 70%.
"À medida que as importações [de calçados chineses] continuarem a entrar no país, Franca será prejudicada, tanto quanto os demais polos calçadistas", disse o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão.
Os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul concentram boa parte do setor.

 

EXPORTAÇÕES

 

Se por um lado a entrada do calçado chinês tem atrapalhado as empresas de Franca no mercado interno, as exportações ganharam um fôlego nos últimos meses.

 

Após despencarem 14,6% em janeiro ante o primeiro mês de 2010, as exportações de sapatos francanos fecharam no azul em fevereiro e março -os dados de abril ainda não foram divulgados.

 

No acumulado do primeiro trimestre, Franca exportou 725,5 mil pares de calçados, uma alta de 6% ante o mesmo período do ano passado.
Não se pode dizer o mesmo da indústria calçadista nacional como um todo.

 

Segundo números da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), as exportações do setor caíram 33,8% no país, no acumulado de janeiro a março, ante o período de 2010.

 

CUSTO BRASIL

 

Segundo a Abicalçados, a principal causa da queda é o real valorizado frente ao dólar, que faz o produto nacional perder competitividade.
Além do câmbio, porém, os empresários do setor também reclamam do chamado "custo Brasil". A principal crítica, que vem sendo feita há tempos pelos calçadistas, é a mesma de outros segmentos: a carga tributária.
"Como o governo não pode mexer no câmbio especificamente para o setor calçadista, deveria, ao menos, trabalhar pela desoneração", afirmou o diretor da fábrica de calçados Mariner, Paulo Roberto Nunes Coelho.

 

Segundo ele, o volume de exportações da empresa já correspondeu a 30% do total fabricado e, atualmente, caiu pela metade. A Mariner fabrica cerca de 1,3 milhão de pares de calçados por ano.

 

De acordo com Coelho, se a concorrência com o calçado chinês é ruim no mercado nacional, é ainda mais prejudicial no contexto externo.
Ele cita como exemplo o principal comprador de calçados brasileiros, os EUA, onde a China tem ganhado cada vez mais espaço com seus produtos de preço inferior.
Segundo a Abicalçados, no primeiro trimestre de 2010 os norte-americanos compraram 15,2 milhões de pares de calçados brasileiros, volume que caiu para 4 milhões no mesmo período de 2011.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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