A corrida pelas TVs não para

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Depois de recordes no ano da Copa, preço baixo turbina venda de aparelhos de tela fina

 

O operador de produção Alexandre Luiz Santos realizou ontem um sonho de consumo. Dono de uma televisão de 29 polegadas, ainda com o antigo tubo de imagem, ele fez um financiamento de R$ 2 mil e saiu de uma loja do Centro de BH carregando nos ombros um moderníssimo aparelho de 40 polegadas com tela de LED. “A velha vai ficar só com o videogame do meu filho”, comemorou. Alexandre faz parte de uma massa de consumidores que, mesmo em tempos de inflação acelerada e juros em alta, se vale da queda de preços das televisões para substituir o eletrodoméstico.

 

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, ano de Copa de Mundo, os televisores ficaram 22,24% mais baratos, em média. A queda continua neste ano, quando a deflação das televisões soma 7,38% nos quatro primeiros meses. Já a inflação medida pelo mesmo índice, o oficial do governo, acumulou 5,92% no ano passado e chega a 3,24% nos quatro primeiros meses deste ano. De acordo com o gerente sênior de tevês da Samsumg, Rafael Cintra, a “erosão” de preços pode ser medida pelas TV de 40 polegadas: na comparação entre 2010 e 2011, a variação é de 25%.

 

Para Cintra, o mercado cresce, entre outras coisas, em função da migração em massa dos consumidores com tevês de tubo para as de LED e LCD. No ano passado, foram vendidas 4 milhões com tubo de imagem e a previsão é que para este ano o número caia para 2,5 milhões. Em contrapartida, neste ano estima-se uma venda de 3 milhões de tevês de LED, ante um mercado de 700 mil no ano passado. Já as tevês de LCD devem perder mercado para as de LED. No ano passado foram vendidas 5,5 milhões de televisores deste tipo e neste ano a previsão é que caia para 4,5 milhões. “A TV de LED está canibalizando a de LCD”, destaca Cintra. No total, 9,5 milhões de aparelhos devem ser vendidos este ano, contra 10,2 milhões em 2010, ano em que a Copa turbinou o mercado. Com a diferença de que menos tevês de tubos de imagem, mais baratas, serão comercializadas.

 

Mesmo com as medidas do governo de restrição ao crédito, que diminuíram o número de prestações e encareceram as parcelas, as vendas não param. Cintra atribuí o boom a dois fatores: o aumento da escala da produção, que possibilita a redução dos preços, e a queda constante do dólar em relação ao real, tornando componentes importados mais baratos para os fabricantes brasileiros.

 

DESEJO Pesquisa da consultoria GFK mostra que as televisões de tela fina são os itens mais desejadas entre todas as classes sociais. No levantamento sobre qual aparelho os entrevistados gostariam de ter, entrevistados das classes A e B 17% optaram por um tevê de tela plana, 8% por home theater e 6% por uma câmera digital. Já nas classes C e D, 24% querem uma tevê de tela plana, 9% uma câmera digital e 6% um home theater.

 

O estudante Thiago Henrique Gonçalves pesquisava os preços de uma tevê de 32 polegadas de LCD no centro de Belo Horizonte. “Os preços variavam entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil. No ano passado quando olhei a média era R$ 1,8 mil”. Gonçalves tem uma tevê de 20 polegadas, com tubo de imagem, e pretenda trocá-la em breve, mas está um pouco assustado com os juros. O aparelho que à vista custa R$ 1,5 mil é vendido em 12 parcelas de R$ 200 (R$ 2,4 mil).

 

O frentista Waldir Tadeu Leite também pesquisava uma tevê. Disposto a pagar à vista ele encontrou preços que variavam entre R$ 810 e R$ 999 nas diferentes redes de eletrodomésticos. “Minha tevê queimou. Em vez de consertar, acho melhor comprar outra”, conta Waldir. A tevê que ele busca é uma de 26 polegadas com tecnologia LCD. “Tinha uma antiga, de tubo, que comprei em 1994”, diz o frentista.

 

O desprezo pela velha tecnologia, entretanto, não é geral. “As televisões de tubo estão migrando para os pontos mais afastados do Brasil”, aponta Rafael Cintra, da Samsung, explicando que as vendas das tevês com essa tecnologia tem maia penetração atualmente nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. “As classes C e D da região Sul e Sudeste estão comprando televisões de LCD. Já as classes A e B estão saindo da tevê de LCD para LED”, completa Cintra.

 

Veículo: O Estado de Minas


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