Argentina volta a barrar geladeiras

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Junto com fogões e máquinas de lavar, produtos estão retidos na alfândega argentina

 

Os exportadores brasileiros de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa voltaram a enfrentar barreiras no mercado argentino. Conforme o "Estado" apurou, 35 caminhões da Electrolux estão parados nos depósitos alfandegários da Argentina à espera de autorização para circular no país.

 

Outras empresas do setor também foram afetadas, mas a Electrolux é a mais atingida. Alguns dos caminhões da empresa já estão parados há mais de um mês. Procurada, a Electrolux não deu entrevista. A empresa estuda instalar uma fábrica na Argentina para fugir das barreiras.

 

No mês passado, a Electrolux praticamente não vendeu refrigeradores no mercado argentino. Por causa disso, sua equipe de 150 funcionários, entre administrativo e vendas, está ociosa.

 

Os caminhões dos fabricantes de linha branca estão sendo mantidos em zonas alfandegárias dentro da Argentina. O produto passa pela fronteira, mas só é despachado pelos fiscais da receita federal argentina nessas áreas especiais espalhadas pelo país. O problema é que não são emitidos os documentos necessários para que o produto circule no território argentino.

 

Dessa maneira, o governo da presidente Cristina Kirchner evita as embaraçosas filas de caminhões paradas na divisa com o Brasil. E também cumpre a promessa feita ao Brasil de liberar as licenças não automáticas de importação no prazo máximo de 60 dias previsto na Organização Mundial de Comércio (OMC).

 

Em fevereiro, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, esteve em Buenos Aires e voltou com a promessa de que os produtos brasileiros não sofreriam com barreiras no mercado argentino.

 

Insatisfeito com o fato de a Argentina estar descumprindo o acordo, Pimentel enviou uma carta à ministra da Indústria, Débora Giorgi, que até ontem não havia respondido. Na terça-feira, o Brasil adotou as licenças não automáticas para a importação de automóveis.

 

O setor de linha branca sofre com barreiras no mercado argentino desde julho de 2004, quando o então presidente Nestor Kirchner declarou a "guerra das geladeiras", impondo uma série de restrições à entrada do produto brasileiro. Desde então, o setor está sujeito a licenças não automáticas e acordos "voluntários" de restrição de exportações para a Argentina.

 

Escalada. No entanto, esse não é o único segmento afetado pelas medidas protecionistas argentinas. Nas últimas semanas, houve uma escalada do conflito comercial entre os dois países.

 

Os fabricantes de chocolates, balas e confeitos reclamam que seus produtos também estão estocados nos armazéns dos importadores argentinos, porque não têm autorização para circular. Cerca de 15 empresas brasileiras estão com mais de US$ 5,2 bilhões em produtos parados.

 

No setor de máquinas agrícolas, a situação é tão grave que já provoca demissões nas fábricas instaladas no Rio Grande do Sul. Os calçadistas também voltaram a reclamar que as licenças não automáticas de importação vêm demorando mais de 60 dias.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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