Objetivo do Balde Cheio é elevar a produtividade

Leia em 4min 50s

Programa combina manejo de pastagem, controle zootécnico e gestão.

 

As dificuldades em implementar tecnologia nas propriedades leiteiras de Minas Gerais e ter acesso aos estudados realizados nos instituições de ensino e de pesquisa, que antes impediam a evolução da atividade leiteira no Estado, podem ser superadas com as ações do Programa de Desenvolvimento Integrado da Pecuária Leiteira de Minas Gerais (Balde Cheio). Somente neste ano serão destinados ao projeto cerca de R$ 350 mil, que terá como objetivo a formação de técnicos para auxiliar o pecuarista de leite.

 

O Balde Cheio leva novos conceitos aos produtores de leite ao unir pesquisa e extensão para aumentar a produtividade e gerar mais lucro. O trabalho consiste na adoção de técnicas de manejo de pastagem do gado, controle zootécnico e gestão da propriedade.

 

Há quatro anos, o Balde Cheio foi implantado em Minas e tem ajudado produtores a melhorar a gestão dos negócios, o que resulta em um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis e na geração de lucro com a atividade.

 

Para comemorar a evolução do setor devido às ações do projeto, foi realizado ontem no Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova (Expominas), em Belo Horizonte, um encontro que reuniu cerca de 1.500 produtores, técnicos e lideranças do setor. Durante o evento foram realizadas palestras e homenagens aos técnicos, produtores e entidades que iniciaram o programa no Estado.

 

Segundo o coordenador do projeto em Minas Gerais, Walter Ribeiro, as ações desenvolvidas no Estado têm como objetivo resgatar a autoestima dos produtores, estimular o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis nas fazendas leiteiras e a adaptar os processos para aumentar a produtividade.

 

Todas as ações são projetadas por um técnico capacitado pelo Sistema Faemg e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que pode ser um produtor, representante de cooperativas, associações ou profissionais envolvidos no processo produtivo do leite. O técnico deverá estar disposto a divulgar as informações e auxiliar os produtores da região.

 

"O objetivo de capacitar um técnico regional é fazer com que ele consiga atender a um número expressivo de produtores, levando para o campo as principais informações tecnológicas, de pesquisa e estudos desenvolvidos para o setor. Estas questões, que são essenciais para o desenvolvimento da atividade, antes do Balde Cheio não chegavam ao campo, o que desestimulava a produção de leite no Estado", disse Ribeiro.

 

A expectativa é ampliar a cada ano o número de produtores auxiliados pelo projeto em Minas Gerais. De acordo com os dados da Faemg, no início do projeto eram atendidos cerca de 100 produtores em nove municípios. Até 2010 o número foi ampliado passando para 1.500 produtores assistidos em 137 cidades mineiras. A meta para 2011 é alcançar 2.000 produtores em pelo menos 210 municípios. Atualmente o Estado conta com 155 técnicos aptos a atenderem os pecuaristas de leite e o objetivo é ampliar este número para 230. Cada técnico pode atender a cerca de 30 produtores.

 

Para o coordenador nacional e idealizador do Balde Cheio, Artur Chinelato de Camargo, a ideia do projeto surgiu após o questionamento de um produtor sobre as formas de reestruturar as fazendas e obter lucro com atividade.

 

"Após uma palestra fui questionado por um produtor sobre quem poderia auxiliá-lo a aplicar os métodos apresentados na propriedade, e vi que não existia no país um projeto que levasse assistência ao campo. Depois disso, levamos cerca de dois anos para criar o Balde Cheio, que completa neste ano 13 de atuação no país, com mais de 550 municípios atendidos", disse Chinelato.

 

De acordo com Chinelato, o acesso ao projeto é simples. Hoje um produtor que quer participar precisa se deslocar em média cerca de 300 quilômetros para conhecer uma propriedade onde as ações já foram implantadas. No país são 600 técnicos e mais de 4.000 propriedades trabalhadas. O número ainda é considerado insuficiente, mas a tendência é de ampliação nos próximos anos, devido à maior divulgação dos resultados, o que incentiva o ingresso de novos pecuaristas e técnicos.

 

Exigências - Para o produtor participar do programa é preciso cumprir quatro exigências. A primeira é realizar a vacinação do rebanho contra aftosa e brucelose. A segunda é deixar a propriedade aberta para mostrar a outros produtores os avanços. A terceira é sempre cumprir o que foi combinado com o técnico. A última é anotar informações básicas da atividade leiteira, como clima, chuva e temperatura; a parte financeira, onde são inclusos os custos e receita gerada; e a parte zootécnica, que inclui a nutrição e a pesagem do leite, uma vez por mês, dos animais em produção.

 

"Aplicando estas regras, o produtor consegue obter resultados positivos, como ganho na qualidade de vida, ampliação da produtividade e recuperação das áreas degradadas, além de trazer os familiares para a atividade", disse Chinelato.

 

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, o programa é essencial para estimular a produção de qualidade no Estado.

 

"Os produtores de Minas Gerais e do restante do país têm papel fundamental na produção de alimentos para o mundo. O que falta no país é assistência adequada com o objetivo de estimular uma produção sustentável. Com o Balde Cheio, estamos suprindo esta necessidade e trazendo renda para as famílias através da ampliação da qualidade e da oferta do leite no Estado", disse Simões.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Marisa quer e-commerce no topo das vendas

Varejista amplia número de produtos comercializados no site e investe na padronização das roupas pa...

Veja mais
Pão de Açúcar estuda se unir ao Carrefour

Consultores avaliam viabilidade jurídica de fusão dos negócios no Brasil, que criaria gigante com 2...

Veja mais
Carrefour e Pão de Açúcar conversam há um mês

Abilio Diniz deu sinal verde para Estáter conduzir negociações   A insatisfaçã...

Veja mais
Walmart enfrenta reveses em operação na China

Os negócios da Walmart na China sofreram um solavanco inesperado, com a saída repentina de dois altos-exec...

Veja mais
PC mais barato deixa usuário feliz, mas preocupa fabricantes

Em 12 meses, preços dos computadores caíram mais de 13%, reduzindo as margens de lucro   Comprar u...

Veja mais
Camil compra empresa de pescado em SC

Estratégia: Já tradicional nos segmentos de arroz e feijão, companhia investe em diversificaç...

Veja mais
Ganho de escala seria o atrativo em acordo Carrefour e Pão de Açúcar

Venda das operações do Carrefour no Brasil volta ao foco, após reportagem publicada por jornal fran...

Veja mais
Distribuidoras do atacado têm lucro anual de R$ 152 bi

O segmento atacadista distribuidor apresentou um crescimento real de 8,2% no ano passado, em relação a 200...

Veja mais
Carrefour Brasil é alvo de disputa entre Pão de Açúcar e Walmart

As operações do Carrefour no Brasil devem ser alvo de disputa entre o Pão de Açúcar (...

Veja mais