Os negócios da Walmart na China sofreram um solavanco inesperado, com a saída repentina de dois altos-executivos, num momento em que enfrenta uma concorrência crescente no país. A maior varejista do mundo em vendas anunciou que Roland Lawrence, diretor financeiro, e Rob Cissell, chefe de operações, renunciaram "por razões pessoais, para explorar outras oportunidades".
A Walmart está focando a China e outros mercados emergentes para compensar o desempenho inalterado de seus negócios nos EUA, onde seu potencial de crescimento é limitado. Mas em vários países estrangeiros, o grupo vem se defrontando com uma concorrência difícil. Suas vendas anuais de US$ 7,5 bilhões na China são uma pequena parte de sua receita mundial, de US$ 420 bilhões, mas a companhia diz que suas vendas ano sobre ano, na China, estão crescendo a uma taxa de dois dígitos, e a maioria dos analistas lhe atribui notas razoáveis por seu desempenho.
Num sinal da dificuldade de muitos varejistas estrangeiros para converter o potencial da China em resultados, o Walmart realizou seu primeiro lucro na China apenas em 2008, 12 anos após sua chegada ao país. A companhia não nomeou substitutos para os dois executivos que se demitiram, que eram vice-presidentes, e não comentará as circunstâncias de sua partida simultânea ou das implicações para seus negócios.
A empresa foi uma das primeiras estrangeiros a entrar no setor de supermercados chinês, na década de 90, simultaneamente com o Carrefour, da França, mas o mercado permanece fragmentado e nenhuma das companhias conquistou uma participação de mercado superior a 6%. A Tesco, do Reino Unido, chegou mais recentemente. A Wal-Mart tem 330 supermercados em 120 cidades na China.
Yuval Atsmon, consultor da McKinsey, disse que as operações de muitas varejistas estrangeiras na China estão sentindo pressões intensas de suas matrizes. Reproduzir o êxito que alcançaram em seus mercados domésticos tem sido difícil, em parte, porque o custo de abertura de supermercados foi relativamente alto, disse ele.
Na África do Sul, desejado ponto de entrada na África, o Walmart tem enfrentado resistência de sindicatos e de departamentos governamentais à proposta de compra, por US$ 2,4 bilhões, de uma fatia de 51% da Massmart.
Veículo: Valor Econômico